a Norte do Norte.

O homem e a mulher são seres políticos, criados à imagem e semelhança do Criador. Não há homem, nem mulher, que não creiam num outro mundo, numa nova ordem mundial sob todos os aspectos. Se creem, são seres situados e pessoas únicas e irrepetíveis.
Hoje celebra-se o Dia Mundial da Poupança, mas é cada vez maior o número de portugueses que tem dificuldade em conseguir canalizar algum dinheiro para o aforro. Situações de desemprego, doença, divórcio e principalmente de endividamento, explicam esta dificuldade, que se reflecte de forma clara na crueza dos números - em 2005 a taxa de poupança reduziu-se para 9,2% e este ano deverá cair para 8,2%.
Os custos do aquecimento global podem superar os das guerras mundiais se não forem tomadas medidas na próxima década, adverte u m relatório britânico, que aponta Portugal como um dos países europeus mais afectados pelas alterações climáticas. O estudo, da autoria de Nicholas Stern, antigo economista do Banco Mundial, prevê que o número de refugiados vítimas de secas ou inundações se eleve a 200 milhões de pessoas.
Na apresentação do documento, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair , apelou à acção imediata mundial contra as alterações climáticas e alertou para as consequências "irreversíveis" para o Planeta se nada for feito. "Não há dúvida de que as consequências para o nosso planeta serão literalmente desastrosas num futuro próximo. Não há nada tão grave, nem tão urgente, nem que exija mais decisões", disse Blair, que as agências noticiosas dizem confiar que os EUA (responsáveis por um quarto das emissões de gases, mas recusam subscrever o Protocolo de Quioto), vão "convencer-se da racionalidade económica desta luta e colaborar com o resto do mundo".
O relatório, encomendado por Blair e cuja apresentação coincidiu com a divulgação do último relatório sobre alterações climáticas, salienta que os custos mundiais do aquecimento global poderão ser superiores a 5,5 mil milhões de euros, mais do que custaram as duas guerras mundiais, tornando grandes zonas inabitáveis. Mesmo que a poluição acabasse agora, os gases com efeito de estufa continuariam a aquecer o clima durante mais de 30 anos e o nível dos mares subiria durante mais um século. "O Mediterrâneo vai assistir a um aumento do stress hídrico, ondas de calor e fogos florestais. Portugal, Espanha e Itália serão os países mais afectados". Isto poderá levar a uma mudança para Norte no que respeita ao turismo de Verão, agricultura e ecossistemas.
O Norte da Europa poderá aumentar a produtividade agrícola (devido à subida das temperaturas) e diminuir o consumo de energia no Inverno. Mas os verões mais quentes vão aumentar a necessidade de ar condicionado. O derretimento das neves alpinas e precipitações extremas podem aumentar a frequências das cheias nas principais bacias hidrográficas como as do Danúbio, Reno e Ródano. O turismo de Inverno será gravemente afectado. Muitos países costeiros em toda a Europa serão vulneráveis à subida do nível do mar.
O estudo estima que as alterações climáticas poderão custar todos os anos cinco a 20% do Produto Interno Bruto mundial mas que medidas imediatas custariam apenas 1%. "Temos de começar a trabalhar a sério na avaliação dos custos. O relatório Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação, relativo às alterações climáticas em Portugal, já indica o que se vai passar. Agora é preciso saber quanto é que isso vai custar", comentou Francisco Ferreira, dirigente da associação ambientalista portuguesa Quercus e docente universitário especialista em qualidade do ar.
Temperatura sobe no Porto
O especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos culpa o dióxido de carbono pelos últimos dias de calor e de chuva intensa em Portugal. "Estamos a mudar a composição da atmosfera, ao emitir mais gases com efeitos de estufa, especialmente dióxido de carbono. Se esta tendência continuar, e tudo indica que sim, vão ser cada vez mais prováveis ondas de calor, com valores de temperatura acima do usual", disse à Lusa.
Nos últimos 30 anos a temperatura aumentou em Portugal entre
MOSCADEIRO
AS REFLEXÕES DO OUTONO
Confesso que o Outono é um mês atraente. Não só pelas cores das árvores, mas muito mais pelas “quentes e boas” e pelo cheiro do húmus da terra, às primeiras chuvadas. É uma época destinada principalmente à reflexão, não só porque aí está o advento cristão, mas também pelo começo do agasalho. Já me lembrei muitas vezes que é propícia a umas conferências do Outono, onde vários matizes poderiam pensar na vida e no mundo, no entanto nunca me predispus a promovê-las. Talvez por falta de imaginação. No entanto neste meu escritório, em casa, e enquanto escrevo não sei quantas coisas, penso na vida e na sociedade, e na própria incapacidade de proclamarmos uma outra maneira de ser e de estar, própria de seres civilizados. Neste Portugal e nesta Maia, onde vivo há quase três décadas, onde tento anular o solipsismo, e traduzir a solidariedade e a fraternidade, onde fico só, muitas vezes, lutando como D. Quixote contra moinhos de vento, existem tentações de perante os artifícios das tácticas e das estratégias, deixar as águas moverem-se, mas logo levantamos as nossas capacidades de não nos abatermos perante situações de interesses comezinhos, de mentiras que parecem verdades e do servir-se de tudo para trucidar todos, desde que as nossas principais preocupações sejam satisfeitas. Digamos que, em certa medida, somos possuídos por desilusões, de quem parece querer defender valores de dignidade da pessoa humana, mas logo se vendem por pratos de lentilhas oferecidos pelos detentores dos poderes, que são efémeros, e não emitem sinais de vida. Mas dão, que para uns tantos (sempre minorias!) suguem o trabalho (das maiorias) e se banqueteiem com ele. Por isso, cada vez mais, quem governa, os políticos, são tidos como corruptos e fazedores de hipocrisias, que sustentam a si próprios, mesmo por cima dos cadáveres que vão semeando. E cada vez que se ignora uma mulher ou homem que sofrem, por não terem dignidade, casa, alimento e outros bens fundamentais à vida, ignora-se a própria liberdade de qualquer ser humano, porque uma sociedade justa só poderá sê-lo na medida em que existir paz, e esta é apanágio da sinceridade e honestidade.
Trabalhar para que estas situações se modifiquem, quando as máquinas das propagandas, habilmente montadas, impedem, impiedosamente, em nome da sua “solidariedade”, que uma nova ordem mundial faça desta terra a alegria e o fermento de viver, é digno de loucos e utópicos, mas que nessa loucura e utopia conseguem forjar as armas, da paz e do pão, que levarão um dia todas e todos a viverem de acordo, de como diz o Êxodo, com uma “terra onde mana leite e mel”. Para isso é preciso a luta, às vezes no deserto, ou pregar aos peixinhos, como S. António de Lisboa, para que as pessoas se convençam que não existe outra solução que não seja, em liberdade e democracia, cimentarmos a fraternidade e a verdade. Esta é muitas vezes dura, porque enfrenta um campo armadilhado de mentiras, feitas à imagem de verdades, e que os demagogos adoram, porque isso lhes permite perpetuar os poderes, sejam eles políticos, económicos, religiosos, sociais ou culturais. Os poderes esmagam sempre os mais pobres, fabricados, também, pela indiferença, mal maior da nossa sociedade, sendo que, mesmo em Portugal, chegará o tempo, a que quem não tem dinheiro, embora possa ter uma vida de trabalho árduo, morrerá às portas de qualquer hospital. E tudo isso, muitas vezes, em nome de desenvolvimentos, traduzidos nos lucros, que habitam nas carteiras mais bem recheadas. Por isso, a luta contra os demónios existentes, é exigente, e faz de cada um, que não se verga aos poderes, um tu, muitas vezes só, e até sem a compreensão de tantos e tantos que continuam espezinhados.
Pode parecer que quem assim escreve já desistiu, mas não é verdade, tem é a coragem de aqui colocar tópicos, sentidos pela maioria dos desprotegidos, ou protegidos pela clemência de quem os faz, e lhes dá a côdea com que tranquiliza a sua consciência. Nada disto é o recurso de uma imaginação fértil, mas de quem recusa montar “tácticas e estratégias” no sentido de confundir os outros. Nem o que aqui se reflecte é um delírio não existente, mas a vida, vivida no mais profundo do nosso ser. Olhem para a Maia, verifiquem os poderes instituídos, quaisquer que eles sejam, e reparem na profunda realidade desta crónica. Não só para os executivos político - partidários, mas todos os outros, e vejam que a mentira parece vencer. É sempre assim, mas como o parecer não é ser, ainda há quem se levante, e podem ser poucos, às vezes sob o signo de ameaças veladas e outras concretizadas, e isolados, maltratados, ainda conseguem, quase destruídos, levantar a voz e proclamar essa outra terra, onde valha a pena viver. São sempre sal, pequena parte, como o sal está para a comida, mas suficiente para lhe dar o sabor.
Quem escreve não está desiludido, desiluda-se quem assim pretende, mas com a consciência de que caminhar por aqui é difícil, mas é possível. Assim, aqui vos deixa, as suas reflexões, neste Outono de 2006.
Joaquim Armindo
Membro da Comissão Política do PS da Maia
http://www.bemcomum.blogspot.com
Escreve esta coluna quinzenalmente.
A dois dias do Dia Internacional da Prevenção do Cancro da Mama, as voluntárias do Movimento Vencer e Viver, que integra a Liga Portuguesa Contra o Cancro, promovem amanhã e na terça-feira, na Loja do Cidadão do Porto, uma acção que alerta para a importância da prevenção. O diagnóstico precoce permite a cura em 90 por cento dos casos.
Da iniciativa constará a exibição de um vídeo com alguns números relativos à taxa de incidência daquele cancro em Portugal, e o diálogo com as pessoas que forem passando, no sentido de “desmistificar” o impacto de uma palavra que ainda marca, e de avisar que “é essencial prevenir”.
As voluntárias que integram o movimento prepararam bonecas, com cabeça de bola de ping-pong e corpo de pano cor de rosa, com o laço que simboliza a luta contra o cancro, num “trabalho totalmente manual” cuja patente foi registada pelo presidente do Núcleo Regional do Norte da LPCC, e que será entregue às pessoas que fizerem donativos iguais ou superiores a cinco euros.
Os vereadores do Partido Socialista na Câmara Municipal do Porto vão organizar na próxima terça-feira, pelas 21h30, um debate, aberto à participação de todos os interessados, sobre o futuro do Rivoli, sob o tema “Porto: que papel para um Teatro Municipal?”. O debate irá decorrer no Pequeno Auditório do Rivoli.
ÁGUA VIVA
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS ÍNDIOS1
É para os missionários, especialmente o Conselho Índio Missionário, que muito lutaram para que as Nações Unidas aprovassem a Declaração Universal sobre os Direitos dos Povos Índios, que vai ser presente à sua Assembleia-geral, que teve início em 19 de Setembro, a alegria do dever cumprido. A igreja que muitas vezes esquece as pessoas, desta vez, como de outras, pugnou para que uma população índia estimada em 500 milhões pudesse obter um instrumento de defesa dos direitos dos povos índios de todo o mundo, apesar do Canadá e da Rússia terem votado contra em sede do Conselho de Direitos Humanos.
A declaração garante o direito de participarem nas decisões dos estados sobre a educação, saúde e propriedade da terra, através de representantes escolhidos e de acordo com a sua cultura. Os governos têm negado aos índios os direitos humanos mais fundamentais, nomeadamente a própria sobrevivência, e muitas empresas, sem qualquer ética, espoliam-lhes as terras e os seus recursos naturais, tratando-os, sempre, como os “maus da fita”, por isso esta declaração constitui um avanço grande, apesar de não garantir que na prática assim se proceda, porque não tem carácter obrigatório. Preservar a sua identidade, como a cultura, instituições políticas, económicas e sociais, são direitos naturais dos cerca de 5000 povos índios e aborígenes, que nós enquanto cristãos não poderemos nunca esquecer e defender e que os nossos missionários tão bem têm sabido compreender e caminhar conjuntamente não impondo nada.
Neste ano em que finalmente são reconhecidos os seus direitos, não poderemos deixar de referir com o peso que as palavras possuem o poema de uma aborígene: “Se vens para me ajudar/ estás a perder o teu tempo, / mas se vens porque a tua libertação/ se faz juntamente com a minha/ então vamos trabalhar juntos”. Foi com esta atitude que os missionários estiveram com estes povos, é ela a que como cristãos não deixaremos de aderir.
1 ver http://indios.blogspot.com
Joaquim Armindo
Mestrando
http://www.bemcomum.blogspot.com
Escreve no JANEIRO quinzenalmente.
É com o jazz trazido pelo quinteto de Dave Douglas que se inicia amanhã o Ciclo Novas Músicas, promovido pela Casa da Música. Até 25 de Novembro, o público pode viajar pelas mais diversas sonoridades, num cruzamento musical que não se centra num período ou género específico.
Entre amanhã e 25 de Novembro, vão ecoar nos vários espaços da Casa da Musica uma diversidade de estilos musicais.
E é com a exploração dos limites do jazz moderno trazido pelo quinteto do norte-americano Dave Douglas que arranca o festival. O compositor e trompetista, apresenta na Sala Suggia, pelas 22h00, «Meaning & Mistery». O programa continua, nos dias 4 e 5 de Novembro, com concerto encenado «Consequenza», onde os músicos do Remix Ensemble prestam homenagem a Luciano Berio, com a interpretação de 13 composições criadas para cada um dos instrumentos. Encenado é também o concerto do dia 19, «Solo For Voice 58», criado a partir de uma das obras menos conhecidas do Songbook de John Cage. Entretanto, no dia 12, a figura em destaque será Steve Reich que comemora este ano o seu 70º aniversário. A primeira parte inicia-se com «Music for 18 Musicians» e termina com a obra «Daniel Variations», em homenagem ao jornalista Daniel Pearl. A presença de Reich será ainda notada, a 22, como convidado dos Drumming Grupo de Percussão. Ainda antes, no dia 11, o Proyecto Guerrero Ensemble dedica o espectáculo ao compositor e organista Francisco Guerrero, enquanto, no dia 17, o Ensemble Modern faz a sua estreia na CdM. Um dia depois, é a vez dos Jeunes Solistes se apresentarem na Sala 2. Ainda antes do concerto de encerramento pelo Remix Ensemble, actuam, no dia 9, Pedro Carneiro que apresenta uma obra para percussão e Marc Ribot com o novo álbum «Spiritual Unity», às 19h30 e 22h, respectivamente. No dia seguinte, a sonoridade neo-electro e indie pop chega com as Client, à Sala 2, pelas 23h00.
Se aprecia JAZZ não perca.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, está chateado.
Está mesmo muito chateado com a nova Lei das Finanças Regionais que significará um corte nas transferências da Administração Central para o orçamento da região na ordem dos 140 milhões de euros.
Como se não bastasse, o Ministério das Finanças anunciou que haverá «consequências jurídicas e financeiras» para a Região Autónoma da Madeira, devido ao aumento de 150 milhões de euros no endividamento líquido daquela região.
Ainda por cima este gigantesco défice estava habilmente omitido na execução orçamental da região, e só foi descoberto por acaso, depois de uma operação de cessão de créditos levada a cabo por alguns dos grandes credores do Governo Regional, cansados de esperar pelos seus pagamentos.
Não admira, pois, que o inefável Alberto João Jardim esteja mesmo chateado.
E, como toda a gente sabe, quando o Alberto João está chateado, pimba: ou faz um “despacho”, ou faz uma “resolução”.
Desta vez foi um despacho!
E que despachou desta vez este insular e indómito Bokassa?
Despachou nada mais nada menos do que a obrigatoriedade dos serviços do Estado pagarem um renda pela ocupação de edifícios regionais.
Ora bem:
Penso que nem vale a pena aqui falar do peculiar significado que Alberto João Jardim dá ao conceito de «Estado».
Nem vale a pena debruçarmo-nos sobre a racionalidade jurídica, ou até prática, desta iluminada decisão do nosso carnavalesco ilhéu.
Pensemos somente no Orçamento da Região Autónoma da Madeira.
Ora, como toda a gente sabe, a Madeira apresenta nos últimos 30 anos índices de desenvolvimento absolutamente notáveis.
Ele é túneis por todo o lado, auto-estradas sem custos para o utilizador, claro, um pista do aeroporto construída de forma inédita sobre o mar, eu sei lá.
Por isso, nem sequer ficaria bem falar nas transferências que ao longo destas três décadas a Administração Central fez para o orçamento da região.
Porque o dinheiro foi com toda a certeza bem gasto, e impecavelmente gerido pelo Governo Regional da Madeira, pelo seu indómito presidente e por toda aquela simpática gente do PSD que gravita ali à volta.
Sendo assim, e para demonstrar este genialidade gestionária e governativa, que tem o pesado fardo de gerir os destinos da Pérola do Atlântico desde o 25 de Abril, nada melhor do que irmos dar uma pequena olhadela ao «Orçamento da Região Autónoma da Madeira para 2006», aprovado pelo decreto legislativo regional nº 21-A/2005-M de 30 de Dezembro.
Para quem tiver pachorra….
Para quem não tiver, então deixo aqui respigadas, absolutamente ao acaso, claro está, algumas das verbas da despesa deste orçamento para o ano de 2006.
Então aqui vai:
- Festival de poesia do Porto Santo: € 301.338,00
- Restauração de órgãos de igrejas: € 1.534.694,00
- Campanha de imagem: € 9.838.173,00
- Material promocional: € 4.937.262,00
- Festa do fim do ano: € 64.720.184,00
- Promoção de provas automobilísticas: € 4.254.725,00
- Promoção do golfe: € 4.893,008,00
- Subsídios aos clubes de futebol «Marítimo» e «Nacional»: € 21.358.448,00
- Ajudas para as deslocações dos clubes de futebol «Marítimo» e «Nacional»: € 10.157.800,00
- Participação no capital das S.A.D.’s dos clubes de futebol «Marítimo» e «Nacional»: € 87.500,00
- Apoios a outros clubes de futebol: € 21.060.936,00
Total destas pequenas e singelas 11 rubricas: € 143.144.068,00.
Por coincidência, um valor próximo do tal aumento do endividamento líquido da Região Autónoma.
Mas é só coincidência, claro!
Não há dúvida: Alberto João Jardim tem muita razão para estar chateado!
Mandem mais dinheiro para a Madeira!
- JÁ!!!!
A partir da próxima segunda-feira vai passar a existir no Porto um serviço de aconselhamento e informação sobre profissões, aberto ao público todos os dias úteis.
A “Cidade das Profissões” vai funcionar num edifício da Rua das Flores e estará acessível também na Internet, em www.cdp.portodigital.pt , para ajudar sobretudo os mais jovens a encontrar a saída profissional que está mais adequada às suas habilitações e que mais poderá satisfazer os seus anseios profissionais.
Os frequentadores da “Cidade das Profissões” terão ao seu dispor informações muito variadas sobre os diferentes cursos, estágios, empregos, profissões e possibilidade de emprego próprio, além de aconselhamento sobre saídas profissionais, orientação vocacional e requalificação de recursos humanos na região da Área Metropolitana do Porto.
O distrito do Porto é aquele que regista a mais alta taxa de desemprego do país, com grande incidência em jovens recém-licenciados
Artigo publicado no Jornal Primeira Mão, em 20/10/2006, da autoria de Joaquim Armindo.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Terminou a discussão pública, no passado dia 15, de um documento importante, o Plano de Implementação da Estratégia Nacional do Desenvolvimento Sustentável, que se ficou por um quase nulo contributo de muitas organizações, e da participação activa dos cidadãos, o que pressupõe logo à partida o não cumprimento de um dos princípios do Desenvolvimento Sustentável, que refere o envolvimento da comunidade e a transparência, como condição essencial para a execução de uma política em que o processo de tomada de decisão deve ser claro, explicito e público. Infelizmente assim não aconteceu e não se verificou qualquer debate e análise pública, excepto várias organizações mais atentas se tivessem debruçado sobre o conteúdo do mesmo. Embora tenha tido a data de 15 de Setembro como limite para os contributos, foi alargada por um mês, e quem fosse minimamente sério teria que o fazer, fartos estamos todos de questões fundamentais para a nossa vida serem discutidas de Julho a Setembro, meses de férias, aliás sobre isto os maiatos têm a experiência da Lipor II e do Metro, cujas discussões foram empurradas para estes períodos. Documentos destes que servem de “guarda-chuva” para todos os outros planos, como o tecnológico, emprego, inclusão, económico ou outros, não podem ser gizados a partir deles, mas seus dependentes, contudo assim não foi pelo que manifesta desde logo uma contradição com outro dos princípios do Desenvolvimento Sustentável, o da Integração, que refere “devem criar-se os meios adequados para assegurar a integração das políticas de crescimento económico e de conservação da natureza, tendo como finalidade o desenvolvimento integrado, harmónico e sustentável”, o que não se verificou.
Apesar da aridez da consulta pública, e não quero acreditar que fosse propositada, um parecer importante foi produzido pela Associação Portuguesa de Engenharia do Ambiente, Associação Portuguesa de Educação Ambiental, GEOTA, Liga para a Protecção da Natureza, Plataforma Transgénicos fora do Prato, QUERCUS e Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, onde para além de propor várias alterações ao texto, se debruça sobre os princípios políticos subjacentes à Estratégia Nacional do Desenvolvimento Sustentável, e que valerá a sua leitura. Os alertas que lançam estão em consonância com o Relatório Brundtland (1987) onde se define desenvolvimento sustentável como “(…) desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade vindouras satisfazerem as suas próprias necessidades”, e não esquecendo a harmonia que deve existir entre a economia, o ambiente e a coesão social. Ora, de acordo com aquelas organizações, com que estou de acordo, se o desígnio político definido é “retomar uma trajectória de crescimento sustentado que torne Portugal, no horizonte de 2015, num dos países mais competitivos e atractivos da União Europeia, num quadro de elevado nível de desenvolvimento económico, social e ambiental e de responsabilidade social”, as três metas transversais propostas “desenvolvimento económico mais próximo da média europeia”, que figure “entre os primeiros quinze países do Índice de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento” e “entre os primeiros vinte e cinco países mais competitivos do mundo”, configuram o primado da economia (os neoliberais exultarão!) sobre as questões ambientais e de coesão social. E de facto para quem lê o documento fica com a certeza que o “desígnio” é esquecido no texto, embora reconheça o esforço para produzir um texto como este. Centrando a preocupação maior pelo desenvolvimento económico, como se este fosse possível sem uma luta pela coesão social forte e um ambiente saudável, que as organizações reconhecem, coloca uma desarmonia entre a afirmação política do desígnio e as metas transversais, dado que, e bem, naquele se defende o desenvolvimento entre os três pilares e depois o epicentro nas metas transversais é a economia. Dizem os ambientalistas que o próprio desígnio confunde “sustentado” com “sustentável”, o que pressupõe logo uma atitude política e um posicionamento claro (a não ser que seja um erro de expressão). É o próprio Portal do Governo que informa daquela dicotomia ao dizer que desenvolvimento sustentável é o que se “sustenta por si”, enquanto o sustentado “seria o que se faz à custa de factores exógenos”, como o desígnio fala em sustentado, contraria o próprio desenvolvimento do crescimento económico, da protecção dos recursos humanos e a coesão social, fazendo-o depender de variáveis que não serão controladas pelo governo. Mas mesmo admitindo que se trata de um lapso, as três metas transversais dão conta de uma preocupação económica única, bem sei que o Índice de Desenvolvimento Humano, do PNUD, pretende ser um contraponto aos PIBs, mas mesmo sendo assim isso não é clarificado no decorrer do texto do documento. Assim as organizações já referidas que deram o seu parecer estão a colocar o dedo na ferida, daquilo que é ambiental ser redutível a muito pouco, mesmo comparando com outros países, não em 2015, mas agora, e a coesão social não possuir medidas verdadeiramente transparentes para se aquilatar do que se pretende.
Mesmo agora, valerá a pena ler os documentos referidos, até para que eles não fiquem na gaveta, como está documento algo semelhante da Câmara Municipal da Maia.
Joaquim Armindo
Membro da Comissão Política da Maia do PS
O muro de Berlim caiu - para o bem da humanidade!
Novo livro de Lobo Antunes
Cada pessoa consome mais 25% de recursos naturais do que a capacidade regenerativa da Terra, segundo o último relatório da WWF sobre pegada ecológica, que prevê serem necessários dois planetas em 2050 para assegurar a sobrevivência.
Os dados da fundo mundial para a vida selvagem WWF - World Wildfile Fund referem-se a 2003, ano em que a biocapacidade (o que o planeta tem a oferecer a cada pessoa) disponível era de 1,8 hectares por pessoa, quase dois campos de futebol.
“A capacidade regenerativa da terra já não consegue acompanhar o consumo humano e a produção de resíduos. Excedemos essa capacidade em 25% em 2003”.
No penúltimo relatório mundial do referido organismo, apresentado há dois anos e baseado em dados de 2001, a pegada ecológica mundial excedia em 20% essa biocapacidade, o que significa que a situação piorou.
“Se continuarmos na nossa trajectória actual, até mesmo as previsões moderadas das Nações Unidas relativas à mudança, em termos de população, do consumo de alimentos e fibras e das emissões de dióxido de carbono, sugerem que em 2050 a humanidade estará a utilizar o equivalente a mais dois planetas”.
A pegada de cada país é determinada pela sua população, o consumo de um residente médio e a intensidade de recursos dos bens e dos serviços consumidos. Portugal aparece em 28º lugar no ranking mundial, com um consumo de recursos naturais correspondente a 4,2 hectares por pessoa, depois de no ano passado terem uma pegada de 5,2 hectares.
A WWF apela para a necessidade de estratégias de sustentabilidade como a que está a ser desenvolvida pelo fundo mundial na Mata de Sesimbra, em Portugal, um projecto que pretende mostrar aos decisores políticos que é viável uma vivência sustentável.
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O documento, hoje entregue aos parceiros sociais, refere que as mudanças e aperfeiçoamentos em sede de financiamento devem considerar como prioritário a promoção «de uma maior adequação qualitativa da oferta de formação às necessidades expressas pelo tecido económico (organizações e indivíduos)».
Fomentar a procura e participação na formação e contribuir para a elevação dos níveis de qualidade dos resultados alcançados são as outras prioridades definidas na proposta do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.
Tendo em conta o novo ciclo de programação financeira da aplicação dos fundos estruturais, agora em preparação, o executivo entende que constitui uma excelente oportunidade para introduzir mudanças de fundo nas prioridades e critérios que orientarão os investimentos públicos em formação nos próximos anos.
Após a primeira reunião em sede de concertação social para negociar a reforma da formação profissional, o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, José Vieira da Silva, afirmou hoje que as verbas previstas no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013 para a Formação, Educação e Ciência situam-se nos 6 mil milhões de euros.
Além dos fundos comunitários, a formação conta com verbas do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), cujo orçamento actual ronda os 600 milhões de euros.
Neste sentido, o executivo considera que as opções de fundo relativamente ao financiamento da formação profissional passam por concentrar o financiamento nos dispositivos e modalidades que promovam a aquisição de competências escolares e profissionais certificadas.
Privilegiar os apoios à formação de adultos nas ofertas que se inscrevam em processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), adoptar mecanismos de financiamento directo à procura e aprofundar as modalidades de consultoria-formação são outras das opções a ter em conta.
O Governo aponta ainda como prioridades a introdução de critérios de avaliação de resultados da formação e a aplicação de práticas de maior selectividade na canalização do financiamento, concentrando os apoios nos actores que reúnem melhores condições para dar uma resposta positiva ao desafio que é colocada na agenda da reforma da formação profissional.
Além da definição das prioridades ao modelo de financiamento, a reforma da formação profissional aponta outras metas como estruturar uma oferta relevante e certificada, reformar as instituições e a regulação da formação, promover a qualidade da formação e facilitar o acesso e promover a procura de formação.
Cerca de 3,5 milhões dos actuais activos tem um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário, dos quais 2,6 milhões inferior ao 9º ano.
Cerca de 485.000 jovens entre os 18 e os 24 anos estão hoje a trabalhar sem terem concluído 12 anos de escolaridade, 266.000 dos quais não chegaram a concluir o 9ºano.
Diário Digital / Lusa
23-10-2006 18:25:40
Amanhã no Jornal O Primeiro de Janeiro, será publicada uma crónica de Joaquim Armindo:
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS ÍNDIOS
Octubre, 2006 |
Querido amigo, Parisa, Iran, Khayrieh, Shamameh, Kobra, Soghra y Fatemeh son siete mujeres iraníes condenadas a morir lapidadas. La República Islámica de Irán trata el adulterio como un delito castigado con la pena de muerte por lapidación, violando el Pacto Internacional de Derechos Civiles y Políticos, que garantiza el derecho a la vida y prohíbe la tortura. Parisa, Iran, Khayrieh, Shamameh, Kobra, Soghra y Fatemeh han sido injustamente condenadas a la pena más cruel, inhumana y degradante, la de la pena de muerte. Pero aún estamos a tiempo de parar su ejecución. Sabemos que podemos contar contigo. No te quedes en silencio. Esteban Beltrán |
Câmara da Maia enviou documento em Agosto |
DREN ainda não recebeu carta educativa A directora regional de Educação, Margarida Moreira, afirmou numa comissão política concelhia do PS/Maia que a câmara municipal ainda não tinha entregue a Carta Educativa do concelho à DREN. A autarquia considera esta acusação “uma blasfémia”. A questão da Carta Educativa da Maia foi lançada ontem na reunião pública do executivo maiato, pela vereadora socialista Sandra Lameiras. A autarca, no final da discussão dos pontos de agenda, interpelou a maioria do PSD sobre diversas questões relacionadas com o parque escolar maiato. Lameiras afirmou que a Carta Educativa do Concelho da Maia ainda nem sequer tinha sido enviada à DREN e explicou que foi isso mesmo o que Margarida Moreira dissera na reunião da Comissão Política Concelhia do PS/Maia, na passada segunda-feira. Nesse encontro, em que também participou Renato Sampaio, discutiu-se à porta fechada o futuro da educação. Nogueira dos Santos, o vereador responsável pela Educação, Desporto e Saúde, considerou as palavras de Sandra Lameiras “uma blasfémia”, mas salientou que as relações entre a câmara e a DREN “são óptimas”. De tal forma, explicou, que a direcção regional está a fazer tudo para que a escola EB 1 da Pícua, em Águas Santas, abra no dia 28. Mais tarde, já no final da reunião de câmara, mostrou ao JANEIRO um documento que confirmava o envio à DREN de várias cópias da Carta Educativa, a 10 de Agosto. Por outro lado, o vereador da Cultura, Mário Neves, considerou “pouco ética a participação da senhora directora regional de Educação numa reunião de carácter partidário e tratar de questões que devem ser tratadas em outra instância”. Afirmou que Margarida Moreira teve “comportamentos inadequados”. Entretanto, o PS/Maia divulgou quarta-feira um comunicado onde dá conta da reunião da comissão política, a mesma em que participaram Renato Sampaio e Margarida Moreira, reiterando a ideia de a “Carta Educativa da Maia ainda nem sequer ter dado entrada na DREN”. Não foi possível falar com a directora da DREN por esta se encontrar em Lisboa. Acordo tácito Sandra Lameiras levantou a questão dos professores contratados para o programa de enriquecimento curricular, que serão os mais mal pagos da área metropolitana, com um vencimento de dez euros por hora. O vereador da Cultura referiu então que houve um “acordo tácito” entre os municípios da Junta Metropolitana do Porto para não excederem esse valor nas contratações, mas que apenas foi cumprido na Maia. Nogueira dos Santos confirmou o acordo, mas preferiu falar em “sentimento generalizado”, que foi quebrado devido aos apoios extraordinários concedidos ao município de Matosinhos, “que o Governo considera um concelho-piloto no enriquecimento curricular”. Paulo Almeida |
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PS Montijo
Refere a nota enviada para a nossa redacção que a sala da Assembleia Municipal do Montijo se encontrava “completamente cheia e com ocupação da galeria, com a presença de militantes, simpatizantes e pessoas que apoiam os projectos do PS no concelho de Montijo”. A escassez de energia devido ao pico de produção do petróleo e aos problemas de esgotamento de recursos exigidos pela industrialização da paisagem, não podem ser resolvidos pelos paradigmas vigentes. São necessárias adaptações sociais. Muitos dos problemas ambientais que hoje presenciamos podem ser minimizados com uma estratégia de desenvolvimento sustentável. Alguns exemplos são: encurtar as linhas de abastecimento de alimentos; aumentar a utilização da energia solar; introdução de infra-estruturas que suportem a reciclagem de nutrientes; integração da produção agrícola e do espaço urbano.”. Debate participado Após a intervenção de Nuno Canta, iniciou-se um período de discussão, sendo muitas as pessoas que se inscreveram, colocando problemas sobre a matéria apresentada que Nuno Canta. Para finalizar esta iniciativa, usou da palavra a Presidente da Câmara e dirigente do PS, Maria Amélia Antunes, que informou os presentes da situação financeira da Câmara e dos investimentos feitos no concelho no primeiro ano deste mandato. |