VIVA O 1.º DE MAIO! VIVAM TODOS OS TRABALHADORES!

O homem e a mulher são seres políticos, criados à imagem e semelhança do Criador. Não há homem, nem mulher, que não creiam num outro mundo, numa nova ordem mundial sob todos os aspectos. Se creem, são seres situados e pessoas únicas e irrepetíveis.
um de maio de mil novecentos e setenta e dois,
as granadas rebentaram à minha frente,
nove corpos mortos,
alguns feridos,
éramos dezassete.
o combate contra a guerra, pelo florir dos girassóis,
que acompanham o sol,
sol que não foi de todos,
éramos jovens, no pulsar da vida,
e víamos,
e sentíamos,
e vivemos,
a morte na crueza da maldade.
um de maio de dois mil e seis,
a recordação, o ícone,
da nossa vida,
nove corpos mortos,
alguns feridos,
éramos dezassete.
fere-me que as magnólias, não floresçam,
e a espada, sobre a cabeça,
o punhal no coração,
já não somos tão jovens,
perdemos parte do ser,
da sociedade, da rejeição,
e vivemos,
a morte em cada esquina, do nosso caminhar.
Amahã será publicado um artigo da autoria de Joaquim Armindo, no Jornal Primeira Mão:
Ser livre e voar...
Sem fronteiras
Sem barreiras
Sem limites para sonhar!
Ser livre e voar...
Com minhas asas agitando
Pelos céus sobrevoando
E com este meu voo alcançar
A estrela mais brilhante
O planeta mais distante
Aonde eu possa me encontrar
Neste meu voo ao infinito
Livre... incansável
E conseguir realizar
O meu sonho mais sonhado
Sem limites
Sem fronteiras
A minha liberdade para voar...
Ser apenas livre
Para te amar!
Autor Desconhecido
Sou sede de tanta gente
Por este mundo sem fim,
Sou clamor dos sufocados
Que acham falta de mim.
Dos negros estive ausente.
Isabel me fez direito,
Mas não cheguei totalmente
Por causa dos preconceitos.
Sou causa dos desabafos
Dos que me buscam nas violas.
Sou o anseio dos pássaros
Que se batem nas gaiolas.
Se eu sou razão do trabalho
Pra ser lazer no descanso,
Para os que remam na vida
Me torno a paz de um remanso.
Por mim já houve batalhas
Nesta pampa-continente,
Onde heróis a ferro e sangue
Plantaram minha semente.
E se sou razão de guerra
E encorajo até o covarde,
Ninguém vai morrer de sede
Sendo sede eu liberdade.
Jorge Mondin
eu te vou contar,
eu te vou contar,
eu te vou contar,
quando naquela manhã, se soltaram
os acordes das cotovias,
e o vento,
o vento, disse
que a madrugada, tinha feito o amor
os beijos se soltaram, das bocas
famintas do sol da manhã
aí, sei bem, quanto custaram as noites, sem dormir,
na beleza, das rosas feitas cravos,
dos lírios azuis, de vermelho
dos braços dados, em nome do viver,
da liberdade que queríamos, das amarras das prisões,
de nós,
dos assobios, saídos das nossas bocas,
dos pães famintos, dos meninos, sem o ser
sabes, que valeu, podes não sentir,
não querer,
rir da utopia,
porque não sabes, o que foi a noite mais longa,
deste nosso país.
LIBERDADE DE PENSAR
Os Partidos Políticos, numa lógica estalinista, pensam que com o condicionar as ideias se conseguem organizações credíveis, junto ao nosso povo; por isso têm dois patamares de análise, um o da discussão interna (onde dizem: tudo pode ser dito), outra o que passa para o exterior, isto é, para aqueles que votam neles, que é o transmitido pelas cúpulas ganhadoras dos confrontos internos. Nada mais enganador, mais castrante e possuidor de uma prática aberrante, que se traduz no amordaçar da liberdade de pensar, de ser mulher e homem intervenientes em toda a sociedade. Normalmente num partido político, as reuniões não são democráticas, os documentos já vêm gizados de cima, dos “pensantes”, daqueles a quem foi dada a iluminação suficiente para serem de “marca registada”. Pode-se discordar, sim senhor!, mas quem o faz tem normalmente três minutos para tal, duma só vez, e de tantas inscrições se dão, que o melhor texto ou decisão é a que já vem cozinhada. Digam os militantes dos partidos, se é assim ou não?
Não sou contra os partidos, até pertenço a um, mas sei claramente desta prática, e depois em nome do partido, duma pertença unidade que tem de ser visível para a sociedade, teremos de falar a uma só voz. Ora isto, não é democracia, mas sim ter medo de enfrentar quem coloca os partidos no poder, que é povo simples e humilde, que cada vez mais olha para eles com desconfiança, porque sabe bem que uma parte substancial está a tratar da sua vidinha, e nada, mesmo nada, preocupado com aqueles que são crucificados em cada dia que passa. Ninguém pode consentir, se é democrata, que qualquer militante não defenda o seu ponto de vista, as suas posições de consciência, no púlpito público, e isso não é ofender a disciplina partidária, antes se traduz por um exercício público de cidadania e de respeito, de cada pessoa, da organização e do que ela traduz para a sociedade. Discordar, e fazê-lo à vista de todos, é um salutar processo de dar credibilidade aos políticos, e fazer dos cidadãos seres políticos; pelo contrário, remeter essa discordância para o segredo dos ouvidos dos militantes é ser salteador do pensamento colectivo, e da medida de depuração de uns tantos.
É em nome da unidade, que os partidos até ameaçam com sanções quem deles discorda, porque não existe transparência, e se esta não existe, muito menos os segredos, que começam a proliferar, e por quem diz que não, nos sítios costumeiros, dando lugar, não à unidade, mas à má fé, à maledicência, e à deturpação do que é dito. Ora isto não é um caminho de unidade, mas de usurpação das consciências, e todos nós somos livres, para com responsabilidade, proclamarmos as nossas opiniões, seja onde for. E isso não dita que o nosso paradigma seja contra o partido, mas que ele é a favor do derrube dos muros, artificialmente construídos, como o de Berlim. Há de facto, muitos muros de Berlim construídos nas nossas organizações políticas, onde “aqueles-que-sabem”, os “eleitos”, ditam as suas leis, em favor da solidariedade, palavra que usam para enganar os incautos. Discordar ou denunciar publicamente é um acto de coragem, que só vem dar substantividade à amizade construída em bases sólidas. Não fazê-lo, é ignorar o que de mais simples existe, que o pensamento é livre como o vento, e esse ninguém pode truncá-lo.
As organizações políticas ainda são consumidas por preconceitos do tempo de século passado, onde se presumia, qual equipa de futebol, que os outros também não sabiam usar tácticas, e então apareciam os esquemas, não para o bem comum das populações, mas para o serviço de uns tantos, que nunca souberam o que é trabalhar, nem tiveram horários, nem nunca deram contas a ninguém, dado que nas campanhas outro ar se respira, da resignação, e falta de ética na proclamação de princípios, que logo se colocam de fora. Assim, em pleno século da fraternidade, cada vez mais os partidos são obsoletos, e talvez outras formas de intervenção tenham de se fazer ouvir, no sentido de os modificar. Creio bem que a vida partidária será menos eficaz, se os militantes não assumirem acções de ruptura com procedimentos deste carácter; pode estar em causa um dos pilares da democracia, os partidos políticos, se corajosamente nada for feito.
A única forma de conseguir a unidade num partido, é a justiça, e esta bem pode ser proclamada aos ventos, porque ninguém é visado quando a verdade permanece. Ser partidário de causas, é ser consciente, e nunca ninguém poderá atraiçoar a sua consciência. Um partido é abstracto sem pessoas, são estas que lhe dão ser, possuem um mínimo denominador comum, mas não têm de pensar todas a uma só voz; as estruturas aparelhísticas não podem condicionar a liberdade de expressão, porque esta nem sequer é condicionada pela Declaração dos Direitos do Homem ou da Constituição Portuguesa.
Partir para eleições, sejam quais forem, com princípios de calar as vozes dissonantes é mau, e, desde logo, condicionador da nossa liberdade. E esta ninguém a tira, por mais parangonas e apoios nesse sentido. Porque estou a escrever sobre isto, perguntarão os leitores, e bem, e respondo, porque se estão a realizar eleições para a Federação Distrital do Porto do PS, meu partido.
Joaquim Armindo
Membro da Comissão Política Concelhia da Maia do PS
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COMUNICADO DE IMPRENSA
ELEIÇÕES PARA PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DISTRITAL DO PORTO E DELEGADOS AO CONGRESSO
Os militantes do Partido Socialista, membros da Secção de Pedras Rubras (Maia), sobre as eleições para Presidente da Federação Distrital do Porto e Delegados ao Congresso Distrital, esclarecem o seguinte:
1.- Não se verificaram as eleições para os órgãos referidos, na Secção de Pedras Rubras, na data prevista dado que o Presidente da Comissão Política do PS do Porto, considerou não existirem condições para se realizarem no consultório do Dr. Jorge Catarino;
2.- De facto, e dado que está em averiguações o processo de impugnação apresentado por irregularidades graves, verificadas no acto eleitoral nesta secção, respeitante às eleições concelhias, pela Comissão Jurisdicional do Porto do PS, essas condições não existem;
3.- Decidiu, porém, a Comissão Organizadora do Congresso, depois de ouvir o Secretário-Coordenador, Jorge Catarino, filho do Dr. Jorge Catarino, convocá-las para o próximo sábado, nesse mesmo consultório;
4.- Sendo assim, os militantes abaixo assinados, em representação de um número significativo de militantes da Secção de Pedras Rubras, decidiu não apresentar qualquer lista de delegados ao Congresso, pois não existem garantias da democraticidade necessária à realização daquele acto eleitoral;
5.- Decidem denunciar as condições a que estão sujeitos os militantes de Pedras Rubras, e que qualquer lista de delegados eleita, não corresponde ao sentir livre, ao pensamento democrático de uma parte significativa dos militantes desta Secção do Partido;
6.- Apelam ao novo Presidente da Federação Distrital do Porto, camarada Renato Sampaio (que apoiaram desde a primeira conversa que tiveram em Outubro passado, ainda sem saberem se haveriam mais candidatos), para pôr cobro a esta situação grave que em nada contribui para prestigiar os ideais de liberdade e democracia, valores de sempre do Partido Socialista..
Pedras Rubras, 23 de Abril de 2006
Joaquim Armindo – Membro da Comissão Política do PS da Maia, ex –deputado Municipal
José António Andrade Ferreira – Membro da Comissão Política do PS da Maia, líder do Grupo Parlamentar do PS, na Assembleia Municipal da Maia e Membro da Assembleia Metropolitana do Porto
Fátima Garcia – Membro da Comissão Política do PS da Maia, Presidente da Assembleia de Freguesia de Vila Nova da Telha.
Nas visitas-surpresa os inspectores verificaram a higiene e qualidade de peixe, carne, produtos hortícolas e fruta. Os estabelecimentos fiscalizados situam-se no MARL – Mercado Abastecedor da Região de Lisboa, nos mercados de Castanheira do Ribatejo, Fundão e Castelo Branco, bem como na Docapesca de Lisboa, nas lotas de Setúbal e Matosinhos, no Mercado Abastecedor da Região do Noroeste, em Braga (MARN), e nos mercados abastecedores do Lumiar (Lisboa), Barreiro e Porto. O balanço final é, uma vez mais, preocupante para os consumidores. Segundo a ASAE, apesar de nenhum estabelecimento ter sido encerrado, foram instaurados 67 processos de contra-ordenação (32 por cento dos inspeccionados). Cortar a direito é neste momento a condução imprimida pelo antigo director-geral de Viação, António Nunes, à frente da ASAE. Desde que a Autoridade entrou em funções, no início do ano, mais de dois mil agentes económicos foram abordados pelos inspectores. DOIS MIL FISCALIZADOS EM QUATRO MESES PÁSCOA Na ‘Operação Páscoa’ ficaram detidos cinco comerciantes. Foram inspeccionados 303 estabelecimentos, entre fábricas de amêndoas, pastelarias e charcutarias. MATADOUROS Em condições deploráveis foi encontrado um matadouro ilegal em Viana do Castelo. Em Baião, o dono de um talho foi detido por fazer abates ilegais. RULOTES Na ‘Operação Mostarda’, a falta de higiene fechou 21 rulotes. Antes, tinham sido seladas cinco padarias e 14 restaurantes chineses. Três taxistas foram também detidos. | |||
João Saramago | |||
Amanhã domingo será publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, o artigo da autoria de Joaquim Armindo:
Conheço bem D. António Marto, um dos meus melhores professores na Universidade Católica, que acaba de ser nomeado Bispo de Leiria-Fátima.
Já é certo!
Amanhã será publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, o artigo da autoria de Joaquim Armindo:
Artigo publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, de domingo último, da autoria de Joaquim Armindo.
ÁGUA VIVA
EVANGELIZAR A IGREJA
Neste Domingo de Ramos, a aproximarmo-nos da Semana Santa, de férias, para alguns, percorremos todo um caminho durante a Quaresma, no qual fomos chamados a reflectir sobre as realidades cristãs. A Quaresma é uma provocação, no sentido de explorar as nossas atitudes e chamar à clarividência o que é, afinal, ser cristão neste mundo globalizado.
A Páscoa, prática ancestral e anterior à morte de Jesus Cristo, é a revolução, e “castiga” todos os conservadores, pela sua própria natureza. Os rituais pascais, em cada ponto do mundo, não possuem espírito, e baseiam-se na morte; uma morte, que sempre foi Vida, mas que continua a proliferar na Igreja Cristã, porque tem necessidade de lançar o medo, baseado numa fé, não esclarecida.
Foi esta a minha reflexão nesta Quaresma, e perante a apatia das Igrejas, quaisquer que elas sejam, interrogar-me fortemente se a Igreja não tem, com urgência, de ser Evangelizada, para de vez passar da morte, para a vida, na ressurreição da alegria. Eu creio, que todos nós, cristãos como eu, precisamos dessa evangelização do Espírito do Pentecostes, e Ele encontra-se muito mais no mundo, que nós rejeitamos, do que nos nossos piedosos actos em templos fechados, aos Filhos de Deus, as mulheres e os homens da humanidade.
Os nossos actos cheiram a bafio e a preguiça, os nossos sacrifícios são inúteis práticas, o que importa a Deus é o Amor, e a Igreja (a que pertenço) e seus grupos, meteram a evangelização nas gavetas, trocando-a por laudatórias práticas, que nada custam, em vez de lutarem com-paixão pelas causas do Evangelho.
Esta Igreja, Santa e Pecadora, não deve ter medo de se deixar evangelizar pelo mundo, onde reside o Espírito, porque só assim será o sinal, de que não é amorfa, amante de chás de amigos(as), mas que se deixa possuir pelas sarças ardentes, que existem por aí, nos cantos e esquinas da cidade.
Esta a minha reflexão quaresmal, que aqui deixo.
Joaquim Armindo
Licenciado em Engenharia e Ciências Religiosas
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Artigo da autoria de Joaquim Armindo, publicado no jornal O Primeiro de Janeiro, de 4 de Abril:
MOSCADEIRO
DA VITALIDADE DA SOCIEDADE
Participei há poucas semanas na redacção da moção, duma lista candidata à Comissão Concelhia do PS/Maia, em que afirmava que a Vitalidade da Sociedade, é de primordial importância, mas que na redacção final não aparece. Já tenho afirmado, muitas vezes, que esta questão de apresentar documentos políticos, quer aos militantes dos partidos, quer ao povo português, não passa de um engano; não só porque ninguém os lê, mas também são colocados “nas gavetas” após eleições. Não sei até, se foi por alguma destas razões que o candidato Fernando Ferreira, aconselhado, certamente, pelo seu “padrinho”, nas últimas eleições para a concelhia, nem projecto apresentou, e parece que “ganhou”, isto é, o caciquismo politiqueiro que ronda as águas da Maia (veja-se o caso paradigmático de Pedras Rubras, onde Salazar não faria melhor), sobrepõe-se às ideias em confronto, determinando, assim, a nula participação daqueles que se dizem militantes. Mas fosse, porque fosse, a verdade é que o exercício de condensar num suporte os vectores fundamentais de programas, não deve ser escamoteado nos partidos políticos, e, nomeadamente, naqueles que se dizem da fraternidade. Por isso, continuo a defender a análise teórica, sobre uma prática evidente (não o contrário!), e sendo assim penso que é de louvar a apresentação das moções, até para que não se caia no acriticismo de partidos, com militantes não praticantes, o que é uma aberração, em qualquer organização.
Então, um dos princípios defendidos nessa moção apresentada aos militantes maiatos do PS, baseava-se na impossibilidade de alteração, sobretudo das atitudes, com forças endógenas somente, isto é, o partido teria de contar com a Vitalidade da Sociedade, neste caso maiata, como capacidade exógena para conseguir uma modelação das suas actividades. E dizia, que era fora dos horizontes dos militantes, que conseguiríamos as sinergias necessárias, para alterações profundas no funcionamento interno, não tendo dúvidas que consubstanciar as nossas posições, só têm efeito, no ouvir activamente, com pró-actividade contínua, as populações, nomeadamente aquelas que não nos são afectas, porque só assim possuiremos a humildade democrática de sabermos que a verdade, não reside em nós, mas na globalização de todos os saberes, sejam daqui ou dacolá.
É basilar verificar que a sociedade maiata, embora doente, possui dentro de si capacidades suficientes para inflectir as lógicas partidárias, e contribuir para o emergir de consubstancialidades que permitam a participação activa dos cidadãos, numa acção de cidadania consequente. E só assim, tem sentido que os mais despertos (que não necessariamente, os mais inteligentes!), para a política, coloquem no centro das suas preocupações a análise e reflexão, politicamente incorrecta, realizada por todas e todos que se interpenetram na sociedade, e descrêem dos métodos usados pelos partidos políticos, que mesmo na sua casa usam de tramóias inconcebíveis, numa sociedade saudável. Talvez, porventura, que se a centralidade política fosse esta, no reconhecimento que a sociedade maiata tem em si a capacidade evolutiva de contribuir, para a modificação azeda dos partidos, e no caso particular, do PS da Maia, estaríamos a contribuir para uma melhor gestão da cidade, e torná-la saudável.
Está aqui um novo paradigma, o de retornar ao princípio que as nossas soluções para o desenvolvimento da sociedade, da Maia, não passa por bonitos esquemas partidários, por melhores que nos pareçam, gizados pela melhor massa cinzenta, mas da emanação dos sentimentos das populações, dos seus quereres, expectativas e sobretudo confiança. Esta já não existe, porque os movimentos sociais não se geram, ou são atropelados pelo nefasto poder, que urge colocar em questão, desobedecendo, com urgência, às diatribes que exibe enquanto força bloqueadora do pensar cultural nacional. Quem arrasta para os partidos pessoas a quem não se dá força, ou apenas a do voto, duma cultura genuína tradutora de participações activas e empreendedoras, continua no poder, mas num pedestal sem consequências de serviço; assim, usa-o em seu proveito, é mentiroso, e pouco lhe resta a não ser, marginalizar-se no domínio da sua consciência, e deixar a humanidade mais pobre com a sua opção de agir. É o descrédito das acções, que se traduzem nas expressões do nosso povo, quando se fala de política.
Por tudo isto, é que o reconhecimento nos programas partidários, que a sociedade tem vitalidade para intervir, e corrigir, os pensamentos das nossas pobres politicas, não é enganador, mas um princípio que dá força ao reconhecimento do serviço à causa pública. Quem assim não o fizer, está enganado, a história não lhe dará razão e o futuro desmascarará, mais cedo, ou mais tarde, as impossibilidades do conluio com aqueles que mais sofrem, e necessitam não que os ajudem a libertar-se, mas que se libertem com eles!
Maia, Maia, que pobre política e pobres políticos tens, mas acredito na tua sagacidade para caminhar com eles, e inverter esses “iluminados”!
Joaquim Armindo
Membro da Comissão Política do PS da Maia
Assina esta coluna quinzenalmente.
Artigo da autoria de Joaquim Armindo, publicado hoje, no Jornal Primeira Mão
Castigos corporais são aceitáveis
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2006/04/12 | 08:51
Supremo absolve mulher acusada de maus tratos a menores. E considera que «o bom pai de família» «dá palmadas no rabo do filho». Se não o fizer é negligente. Educadora teve pena suspensa por amarrar criança deficiente
Uma responsável de um lar de crianças com deficiências mentais, acusada de maus tratos a menores, foi absolvida pelo Supremo Tribunal de Justiça, que considerou «lícito» e «aceitável» o comportamento da mulher, avançou o jornal Público.
A mulher tinha sido indiciada por dar palmadas e estaladas às crianças e fechá-las em quartos escuros quando elas se recusavam a comer. O Ministério Público recorreu, mas não lhe foi dada razão. «Qual é o bom pai de família que, por uma ou duas vezes, não dá palmadas no rabo dum filho que se recusa ir para a escola, que não dá uma bofetada a um filho (...) ou que não manda um filho de castigo para o quarto quando ele não quer comer?», pode ler-se no acórdão do Supremo, que considera que, «quanto às duas primeiras, pode-se mesmo dizer que a abstenção do educador constituiria, ela sim, um negligenciar educativo».
O tribunal determinou ainda que a escola, por exemplo, «deve ser imposta com alguma veemência» e (¿) «perante uma ou duas recusas, umas palmadas (sempre moderadas) no rabo fazem parte da educação».
Segundo o Público, a responsável trabalhava no lar residencial do Centro de Reabilitação Profissional e o Tribunal provou que, entre 1990 e 2000, fechou frequentemente um menor de sete anos (que sofria de psicose infantil muito grave) na despensa com a luz apagada, para que ele ficasse menos activo.
Os mesmos tribunais, de Setúbal e o Supremo, consideraram ainda que se tinha provado que um quarto menor deficiente ficou «de castigo num quarto sozinho quando não quis comer a salada à refeição, tendo aquele ficado a chorar por ter medo». Mesmo assim, disseram os juízes que era tudo normal e que não se podia falar de comportamento reiterado.
«A gravidade inerente às expressões maus tratos e tratamento cruel constitui, ela sim, o elemento que nos leva à improcedência deste recurso. É que, quanto a estes menores, não só não se atinge tal gravidade, como os actos imputados à arguida devem, a nosso ver, ser tidos como lícitos. Na educação do ser humano justifica-se uma correcção moderada que pode incluir alguns castigos corporais ou outros. Será utópico pensar o contrário e cremos bem que estão postas de parte, no plano científico, as teorias que defendem a abstenção total deste tipo de castigos moderados», concluíram os juízes, mantendo então a pena aplicada pelo tribunal de primeira instância à arguida, por ter amarrado os pés e as mãos da criança: dezoito meses de prisão, suspensos por um ano.
"O instante mágico é aquele momento em que
um "sim" e um "não"
podem mudar toda a nossa existência."
Paulo Coelho
"Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei"
Frei Bento Domingues, na sua habitual crónica de domingo, sob o título "UM PARTIDO DO PAPA?", escreve:
Lista B impugnou eleições da Concelhia PS |
“Maia tem militantes de 1.ª e de 2.ª” A Comissão Federativa de Jurisdição do PS reúne-se esta semana para analisar a impugnação pela lista B das eleições para a Comissão Política Concelhia da Maia, que decorreram no dia 25. Uma questão que promete fazer correr ainda muita tinta. ![]() A Comissão de Jurisdição do PS vai analisar esta semana a impugnação da lista B às eleições para a Comissão Política Concelhia da Maia, que tiveram lugar no último dia 25. Sem querer adiantar muitos pormenores, Abel Maia, presidente daquele órgão, revelou que a questão será analisada nos próximos dias. Em documento enviado na quarta-feira à comissão, a lista que era liderada por José Manuel Correia aponta várias irregularidades, como o facto de a secção de Pedras Rubras ter aberto às 13h00, duas horas antes do previsto, a votação de muitos militantes sem as quotas sem dia e de um elevado número com quotas reduzidas, o que segundo o ex-candidato “constitui uma situação de excepção, prevista para quem tem dificuldades económicas”. José Manuel Correia, que promete levar o caso ao Tribunal Constitucional, se a Comissão de Jurisdição do PS não agir em conformidade, lembra que na altura da chegada do delegado da lista a Pedras Rubras, à hora prevista para a abertura das urnas, já tinham votado 59 pessoas, considerando também “inaceitável” que na mesma secção tenham votado tantos militantes em quotas em dia, existindo 80 por cento com quotas reduzidas. Desigualdades “Isto prova que na Maia existem militantes de 1.ª e de 2.ª, pois grande parte dos que votaram são pessoas sem qualquer dificuldade económica”, considera José Manuel Correia. Afirmações justificadas no documento de que constam nomes como os de Ana Maria Esteves Rodrigues, professora reformada e deputada municipal, e Joaquim José Ferreira, que como se pode ler no texto, “sempre pagou a quota integral encontrando-se na lista dos militantes com quota reduzida”. Entre as irregularidades estão o facto de, em Pedras Rubras, o local onde decorreram as eleições ser o consultório de Jorge Catarino, até agora líder do partido na Maia. “Não há qualquer indicação daquele espaço como secção do PS. Existe uma promiscuidade entre o exercício de clínica privada pelo Dr. Jorge Catarino e o exercício livre e democrático dos militantes do PS. Sempre foi recusado pelo Dr. Jorge Catarino que os actos partidários se realizassem fora do seu consultório. Convém dizer que o PS tem uma sede concelhia no centro da Maia aonde as secções que não têm espaço físico realizam os actos partidários”, pode também ler-se no documento, no qual são apontadas outras “ilegalidades”, como “a não afixação dos cadernos eleitorais e listas de candidatura na secção de Pedras Rubras”. ------------------------------- Averiguações “Situações estranhas” Na carta de impugnação é solicitada a averiguação às votações ocorridas nas secções de Gemunde e Milheirós, sendo assinalados como factos “relevantes”, a votação nas secções de Águas Santas, Gueifães e Maia, que representam 64 por cento dos inscritos e 53 por cento dos votantes, recolhendo a lista A 35 por cento dos votos totais e a lista B 86 por cento, sendo referido que “nestas secções houve verificação da votação pela lista B. “Nas secções de Gemunde, Milheirós e Pedras Rubras, que representam 36 por cento dos inscritos e 47 por cento dos votantes, a lista A recolhe 65 por cento dos votos totais e a lista B 35 por cento, não tendo havido nestas secções verificação pela lista B”. |
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Amanhã no jornal O Primeiro de Janeiro, será publicado um artigo da autoria de Joaquim Armindo: