domingo, abril 30

VIVA O 1.º DE MAIO! VIVAM TODOS OS TRABALHADORES!

O 1.º de Maio, de 1974



EM 1 DE MAIO DE 1972, DALA, ANGOLA


um de maio de mil novecentos e setenta e dois,

as granadas rebentaram à minha frente,

nove corpos mortos,

alguns feridos,

éramos dezassete.

o combate contra a guerra, pelo florir dos girassóis,

que acompanham o sol,

sol que não foi de todos,

éramos jovens, no pulsar da vida,

e víamos,

e sentíamos,

e vivemos,

a morte na crueza da maldade.

um de maio de dois mil e seis,

a recordação, o ícone,

da nossa vida,

nove corpos mortos,

alguns feridos,

éramos dezassete.

fere-me que as magnólias, não floresçam,

e a espada, sobre a cabeça,

o punhal no coração,

já não somos tão jovens,

perdemos parte do ser,

da sociedade, da rejeição,

e vivemos,

a morte em cada esquina, do nosso caminhar.

A ASSEMBLEIA MUNICIPAL DA MAIA





Estive presente à última Assembleia Municipal da Maia, 1.ª sessão, não tendo ouvido a discussão sobre o Relatório de Actividades, porque ao outro dia tenho trabalho, mas pude reter:


1) Nas intervenções dos deputados, antes da ordem do dia, muito pouca discussão (estaremos perante deputados mortos), mas, mesmo assim, ressalvo: a intervenção de Andrade Ferreira sobre a questão da construção do hospital, a merecer um debate mais alargado, dado que o poder não teve argumentos válidos para contrapor aquelas questões; a intervenção de Marco Martins, ao refererir-se à Biblioteca, e realmente precisa de estar bem informado, porque as perguntas revelam ignorância; a questão do 25 de Abril e a sua não comemoração pela Assembleia Municipal (a Câmara nunca a fez!), deveria ser denunciada não só ali, mas muito antes, ou não existe direcção politica?

2) Intervenção do público, que ainda não teve eco na comunicação social. Destaco a minha: tanto tempo passou, e ainda o Sr. Presidente da Câmara não deu quaisquer explicações, sobre as obras do Metro, de acordo com a moção apresentada pelo Prof. Miranda, e aprovada em plenário das gentes de Moreira e Vila Nova da Telha?

3) Já não estava presente, quando fui votado o relatório de actividades e contas, em que o presidente da Junta de Vila Nova da Telha se absteve, e mal. Assim não caro amigo Pinho Gonçalves, nunca terá o novo edificio da Junta, pode crer.

E mais não digo...de facto a discussão é muito fraca. Fala-se e ninguém se dói, assim não!

sábado, abril 29

FERNANDA RODRIGUES





Fernanda Rodrigues, Professora Universitária, a mais competente socióloga do País, acaba de ser nomeada coordenadora do Plano Nacional de Acção para a Inclusão.

Fernanda Rodrigues, sempre pautou a sua vida pela competência e dedicação à causa dos outros, por isso não posso deixar de considerar uma brilhante nomeação, e que tenho a certeza vai ser ter uma actuação de registar.

Não filiada em nenhum partido político, mas só no seu trabalho pioneiro de estar ao serviço, a Doutora Fernanda Rodrigues, tem aos seus 61 anos de idade, o seu mérito reconhecido.

Mulher de corpo inteiro, é para mim uma alegria, vêr a sua nomeação.

Obrigado Fernanda pela tua vida, obrigado Fernanda pelo que vais fazer por aqueles que não têm voz, nem vez. Sê tu, porque se o fores, os excluídos têm certamente uma aliada.

Um beijo para ti,do,

Joaquim Armindo

sexta-feira, abril 28




Pelo seu interesse junto deixo aqui a alocoção do Bispo Fernando Soares, da Igreja Lusitana (Comunhão Anglicana)


Alocução do Bispo Diocesano


Prezadas Irmãs e Prezados Irmãos,

Saúdo-vos na paz de nosso Senhor Jesus Cristo, o Ressurrecto. Aleluia.


Introdução

1. O tempo pascal que estamos a viver preenche-nos de um sentimento de alegria e gratidão pela obra redentora de Jesus e fortalece-nos para o trabalho e as dificuldades do Reino de Deus. A reunião do Sínodo sendo uma celebração da Igreja como comunidade, no encontro de pessoas e ideias, é também uma oportunidade para o exercício da fé no diálogo, na paciência e no respeito pela diferença dos pontos de vista. É exercício nem sempre fácil e que só pode ser realizado à luz da grandeza transformadora do Cristo ressurrecto nos nossos corações. Peçamos-Lhe que Se faça presente neste Sínodo, com a Sua paz, como apareceu aos discípulos na tarde do Domingo da Ressurreição. Deixemos que os nossos corações O descubram nas múltiplas manifestações da Sua presença para que vivamos a muita alegria de O termos connosco.


2. Ao reunirmo-nos pela primeira vez após as comemorações dos 125º. aniversário da Igreja, 25º. aniversário da minha sagração episcopal e 25º. aniversário da nossa integração na Comunhão Anglicana, temos de referir o que recebemos de força, de presença e de esperança do nosso Deus, louvando-O com um forte grito de “aleluia!”. Também, temos de exultar com a graça recebida no dom da ordenação duma mulher, que faz da nossa Igreja a primeira na história do cristianismo em Portugal, no contexto da sucessão histórica episcopal. Assim, acompanhados por muitas outras Igrejas da Comunhão Anglicana, passámos a dar igual lugar a homens e mulheres na misericórdia divina e no Seu serviço no Ministério Ordenado. Como disse no sermão do Culto de Ordenação “estamos plenamente convictos de que o fazemos de acordo com a exegese livre, profunda e séria da Sagrada Escritura. Acreditamos que estamos a ser profetas no anúncio e testemunhas do Espírito Santo contribuindo para a Missão que Jesus Cristo confiou à Igreja”[i].



O nosso tempo e a fé

3. O tema deste Sínodo “Orai no Espírito Santo” é retirado da Epístola de Judas – que alguns exegetas consideram ser um irmão do Senhor – cujo propósito era denunciar e combater um certo estado de decrepitude comportamental no seio da Igreja do primeiro século que punha em perigo a fé. A similitude daquela situação com o nosso tempo é de tal ordem que me pareceu pertinente a escolha deste texto para nossa reflexão.


4. Hoje, ao olharmos a sociedade de que somos parte verificamos que, como diz o Bispo de Londres, Richard Chartres: “Deus, para muitas pessoas, foi relegado para os subúrbios do seu prazer”[ii]. Referindo um Relatório sobre o futuro da Igreja de Inglaterra (Anglicana) onde se prevê que a frequência actual aos cultos irá decair em dois terços nas próximas três décadas e que a Igreja rapidamente se esvaziará passando a média das idades dos seus membros para os 63 anos, o Bispo Richard confessa que “muitos cultos são maçadores e sem um objectivo definido; a Igreja – a comunidade cristã – parece ter tão pequeno impacto na vida social, cultural e política que se torna crucial debater a existência de Deus, pois a Sua ausência é demasiado evidente”.


5. O Vaticano, por sua vez, está preocupado com o demasiado tempo que as pessoas gastam a ler jornais, a ver televisão ou a navegar na Internet, comparando-o com o seu dispêndio na leitura e meditação da Sagrada Escritura. Na perspectiva Católica Romana essa “quantidade de tempo desproporcionada” (podendo configurar uma dependência) pode identificar-se como um dos “novos pecados” que os seus fiéis têm de referir na sua confissão individual.


De facto, a Internet está a tornar-se aquilo a que alguns chamam “uma construção colectiva”, um espaço de socialização novo e global, em que milhões de pessoas no mundo colaboram e partilham todo o tipo de informação on-line. Esta é a maior das consequências do processo de globalização em que todo o planeta está mergulhado – a interdependência pela comunicação das pessoas e dos povos – que vem trazer-nos novos modos de estar e de conviver. Está, portanto, a criar-se um novo mundo em que a relação entre as pessoas ganha foros de soberania, mas, sem uma referência com carácter valorativo que sobressaia e arbitre tal complexidade de relações. Isto é, caminhamos cada vez mais apressadamente para um tempo em que a capacidade tecnológica posta à nossa disposição nos transforma em fautores da existência à luz da mera consecução dos nossos interesses. E Deus onde está em tudo isto?


6. O que realmente é preocupante para a fé é a ausência, ou o lugar menor, de Deus nesta sociedade. É que quando na vida o Deus vivo é posto à porta de casa, à porta da alma, e, dessa forma, desaparece ou esmorece o contacto com uma âncora que fundamente a segurança e a esperança existenciais, as pessoas caminham à deriva e afundam-se no aborrecimento, no desalento, no espírito de abatimento a que os profetas se referem.

A par disso, no nosso andar civilizacional descobrimos tendências de sinais contrários: o indiferentismo religioso lado a lado com o recrudescimento duma religiosidade fundamentalista; o relativismo excessivo, inibidor da aceitação do absoluto como necessidade básica do equilíbrio existencial, com o aparecimento de inúmeros deuses ou fetiches que ocupam o lugar do Deus vivo e verdadeiro. É realmente o tempo da ausência de Deus.


7. Entre nós também vivemos tais condicionalismos. É evidente a crescente média das idades dos nossos membros mais assíduos; o desinteresse dos jovens pelos cultos regulares e por uma relação pessoal e comprometida com Deus; a ausência de jovens adultos e de casais jovens com seus filhos às actividades da Igreja. Por outro lado, vamos minguando em capacidade pastoral com o avançado estado de idade e de doença de vários dos nossos clérigos, sem que se vislumbre substitutos que os possam render adequadamente. O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, e o Bispo do Porto, D. Armindo Coelho, queixaram-se do mesmo, nas celebrações da última Quinta-feira Santa. Este último lamentou: “a cultura actual, secularizada, religiosamente neutra e indiferentista, agnóstica ou ateísta, individualista e economicista, não favorece, contraria ou anula muitos dos sinais de esperança que despertam na juventude, nomeadamente quanto à vocação para o presbiterado, a consagração religiosa e o matrimónio religioso.”[iii]


8. Mas o nosso Deus, em vez de cinza, unge-nos com o óleo da alegria, em vez de pranto veste-nos de festa para o louvor (Is. 61, 1-3). Deus trabalha na Igreja e, mesmo perante a nossa visão triste, restabelece-nos a confiança. O Arcebispo de Cantuária, nosso Metropolita, Rowan Williams, a propósito de todo este estado de coisas, disse há poucos dias: “ A Igreja está a debater-se com o mais profundo conflito, e eu não estou optimista; mas é a Igreja de Deus e se eu não confiasse n’Ele não estaria a fazer o que faço. (...) Os cristãos devem ser coerentes – aquilo porque oro todos os dias.” No fundo, quer dizer-nos assumi a vossa condição de trabalhadores no nevoeiro, sem grande visão do futuro, com as palavras do salmista na mente “Põe a tua vida nas mãos do Senhor, confia nele e ele te ajudará” (Sal. 37, 5).


9. Na verdade, assim como Deus pode fazer das pedras descendentes de Abraão (S.Mat 3,9), também pode fazer da Sua ausência na vida das pessoas um instrumento de compromisso com elas. Isaías refere-se ao Deus ausente como o Deus escondido – “Não há quem te invoque, nem se esforce para procurar apoio em ti, porque desviaste de nós o teu olhar e afastaste-te de nós, devido às nossas iniquidades. Mas tu, Senhor, é que és o nosso pai. Nós somos o barro e tu és o oleiro; foste tu que nos moldaste a todos.” (Is. 64, 6-7). E, numa verdadeira manifestação de confiança, afirma “Espero no Senhor, que por agora ocultou o seu rosto aos descendentes de Jacob. Espero pacientemente nele.” (Is. 8,17). Ou seja, somos chamados a conhecer a realidade mas, também, a confiar e a trabalhar para a sua transformação.

Ora é aqui que se põe a importância do conselho de Judas “Orai no Espírito Santo”.


Oração – coerência no pedir

10. Jesus incita-nos: “peçam, e Deus vos dará; procurem e hão-de encontrar; batam à porta e ela há-de abrir-se, pois o que pede, recebe; o que procura, encontra; e a quem bate, a porta se abrirá”. E esclarece: “se vós, que sois maus sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está no céu dará coisas boas àqueles que lhas pedirem!” (S. Mat. 7,7-12). Não há dúvida, devemos pedir. Mas, Jesus também aconselha sobre o modo como devemos pedir: “quando orarem, não usem muitas palavras, como fazem aqueles que pensam que é por muito falarem que Deus os ouvirá. Não sejam como eles! O vosso Pai sabe muito bem do que precisais, antes de Lho pedirem” (S. Mat. 6,7-8).

Por um lado, somos instados a pedir ao Pai que está no céu, por outro, somos aconselhados a não o fazermos com meras palavras ou excesso delas, pois, o que quer que peçamos Deus o conhece antes de formularmos a nossa petição.


11. Se reflectirmos com sinceridade sobre a oração, facilmente podemos concluir que se não usarmos de algum cuidado nas nossas petições corremos o risco de pôr em causa a nossa própria noção de Deus como o Senhor de todo o amor e cuidado por nós. De facto, quando fazemos da nossa oração um rol, uma ordem de interesses próprios que levamos a Deus para que execute, ou mesmo uma tentativa de convencer a Deus da bondade das nossas causas, esquecemos que estamos implicitamente a dizer que Deus está longe, nos desconhece, não se recorda de nós ou não nos presta atenção. Assim, rebaixamos o que pretendemos enaltecer e, também, caímos na tentação (rejeitada por Jesus no deserto perante o maligno) de transferirmos para Deus a nossa responsabilidade na resolução de muitos dos nossos problemas.

É o caso daquela senhora que me dizia que de vez enquando se zangava com Deus. Tinha muita fé, conversava muito com Ele, mas quando as coisas não corriam de feição, então, dizia-Lhe umas coisas... porque, por vezes, Deus se esquecia dela. Eis uma fé pouco esclarecida, fundada na visão de um Deus “ao nosso serviço”, uma imagem de Deus sem relação com o Pai amoroso que Jesus nos veio mostrar. Isto é, o conhecimento de Deus para esta pessoa parou nas descrições simplistas da catequese para a primeira comunhão. É evidente que o lugar que o Deus vivo e verdadeiro devia ocupar na sua vida foi, ou está a ser, substituído por uma projecção de si própria, um falso deus, criado à medida da sua necessidade.


12. Realmente S. Paulo diz-nos que “não sabemos orar como convém (...). Só o Espírito nos ajuda e pede a Deus por nós, conforme os seus desejos, pois Deus vê mesmo dentro dos próprios corações e conhece o que o Espírito deseja” (Rom. 8,26-27). O pedido em oração deve ser, antes de tudo, uma manifestação de humildade perante o Senhor, e não palavras ditas com mais ou menos sentimento, desejos formulados, por mais puros e sinceros. O que conta na oração, mesmo de petição, é a consciência de que Deus nos ama e tem para nós um plano.

E o Apóstolo Paulo explica: “O Espírito penetra em tudo, até nas profundezas dos planos de Deus. Quem é que conhece bem o homem, a não ser o seu próprio espírito? Do mesmo modo, só o Espírito de Deus conhece o que há em Deus. E nós não recebemos o espírito deste mundo, mas o Espírito que vem de Deus. Assim, podemos reconhecer todos os dons que Deus nos deu. (I Cor. 2,10-12)

Aquilo a que Paulo nos chama a atenção é que a oração no Espírito Santo, nos pode fazer reconhecer que os nossos pedidos a Deus são um dom de Deus e não a mera decorrência duma vontade humana interessada na obtenção duma graça. O Arcebispo de Cantuária William Temple (1942-45) dizia que “quando oro acontecem coincidências; quando deixo de orar, as coincidências desaparecem”. Isto é, a nossa oração tem de ser entendida como um meio, não para converter Deus aos nossos interesses – Ele não precisa da nossa oração para nos querer bem – mas, isso sim, para nos convertermos ao Seu amor e ao amor aos outros. Por isso, não pode depender da nossa agenda particular, mas, acima de tudo, tem de depender da nossa vontade de crer ser parte (participante) da vida de Deus e da acção dessa mesma vida no mundo.


Oração – afectividade de coração

13. No Evangelho de S. João, as narrativas bíblicas de encontro directo entre Jesus e algumas pessoas mostram a amabilidade do Senhor, uma amigável maneira de se aproximar e de levantar a importante questão ligada a cada uma das situações: “o que procuras?”. Vemos isso com Nicodemos, a Samaritana, o paralítico, o cego de nascença, os primeiros discípulos e, também, com Maria Madalena na narrativa da ressurreição. Jesus interroga-a partindo da situação em que ela se encontrava, “porque choras?”, “a quem procuras?” (S. João 20,15) a fim de se aperceber do que ela tem de compreender de si mesma e, em seguida, manifesta-se. Porque é que o evangelista S. João nos apresenta este processo de reconhecimento gradual de Jesus? Maria Madalena não reconhece Jesus no primeiro momento – pensava que era o jardineiro – mas somente a seguir. Repare-se que este modo de reconhecer Jesus é análogo ao de S. Lucas, no episódio dos discípulos e Emaús. O Senhor ressuscitado quer introduzir a fé na vida da Igreja como valor primeiro; então, gradualmente, pacientemente, tornando-se sensível ao coração, Ele abre as almas à confiança, e desta vem depois a possibilidade de reconhecer-se que é Ele.[iv]

14. Este é um processo de oração, que acrescenta à nossa relação com Deus, baseada na palavra e na mente, a afectividade do coração. Procurando sinais da presença de Deus na nossa vida vamos reconhecendo-O lentamente e experimentamos a verdadeira e profunda confiança que nos anima. Quantas vezes na dificuldade de entender o encontro com Jesus e de nos rendermos à sua acção transformadora, dizemos, como a desculpar-nos: “se as coisas fossem diferentes...”, “se eu fosse mais inteligente ...”, “se tivesse mais tempo para a oração...”, “se a minha Paróquia fosse diferente...”. Com aquelas narrativas o evangelista S. João vem dizer-nos: lá, onde tu estás, o Senhor está presente, perto de ti, e tu podes reconhecê-lO pela tua fé e pela tua caridade.

A oração no Espírito Santo, de coração aberto, permite-nos, assim, a descoberta permanente e íntima de Jesus na nossa vida diária, transformando as trevas do dia-a-dia em sol de alegria, em virtude da presença do Senhor crucificado por nós e por nós ressuscitado.


Oração – mistério e beleza

15. No princípio dos anos 80 do século passado, numa encontro ecuménico internacional fiquei chocado por ouvir um pastor protestante holandês apresentar a poesia como um caminho, entre outros, para enfrentar os problemas sociais daquele tempo. O que ele queria dizer – compreendo-o hoje – era que a beleza é também parte da nossa vivência espiritual. Quando nossa oração, para além de palavras e pensamentos, é uma procura de Deus, na escuta, no silêncio, na quietude, somos tocados pelo Seu mistério e penetramos na ambiência da beleza, um modo espiritual de olharmos a realidade. Desta forma, a oração pertence à dimensão do mistério, porque é relação com a transcendência, está para lá da materialidade da nossa vida.

16. A beleza é um modo de ser próprio de Deus, na sua santidade, na sua misericórdia, no seu amor entranhado. Ir a Ele é abrir as portas ao inefável, ao belo, ao outro lado da vida, mesmo que nos custe ou não o compreendamos. Ver a fragilidade e a finitude do nosso ser amedronta-nos e abate-nos, conviver com o sofrimento humano e a decrepitude do doente consome-nos a alma e desgasta-nos. Só na relação humilde com o mistério de Deus podemos “olhar” o que está para além da nossa fraca humanidade e “descobrir” a finalidade do que nos rodeia: a espiritualidade. É isso que nos permite compreender em Jesus, na sua figura sofredora na cruz, o amor que partilha a dor, a beleza que salva. Jesus Cristo é a beleza capaz de consolação, a outra leitura do nosso humano modo de estar, a outra dimensão (cruz, morte, ressurreição) que ilumina com outras cores a nossa realidade frágil e pouco apetecível.

Santo Agostinho dizia: “quanto mais cresce em ti a beleza, cresce em ti o amor, porque a caridade é a beleza da alma”. Ora, quando a nossa oração é vista como um dom de Deus, orar é dialogar com Ele em atitude de relacionamento confiante. Abrindo-nos ao seu Espírito e à Sua vontade – a beleza da Sua presença - acolhemos os ditames da nossa existência e aprendemos a amar.


Conclusão

17. Caríssimos irmãos em Cristo, somente na relação com a Deus se encontra a motivação para o amor ilimitado, o perdão e a compaixão que podem oferecer esperança ao mundo. Na verdade, para lá de todas as aparências, os nossos contemporâneos precisam de ver vidas transformadas que mostrem uma realidade espiritual de sabedoria e compaixão, a fim de encontrarem a força para modelarem as suas existências à luz duma visão criativa, da motivação ética e da reconciliação.

Isto significa que estamos destinados a uma luta sem tréguas pela alma deste mundo. Não duvido que, como gente de fé, se nos dermos de corpo e alma ao serviço do amor de Cristo, à graça de sermos Seus embaixadores na singeleza do nosso coração, então veremos grandes coisas.

18. Na palavra de Paulo, a vida da comunidade cristã saudável compreende a actividade da fé (a vivência espiritual), o carácter serviçal do amor e a fortaleza nos sofrimentos própria da esperança (I Tes. 1,3). É um programa de compromisso que nos exige estudo e compreensão dos sinais do nosso tempo, atitude de serviço na atenção, escuta, compreensão e consolação para com os que andam à deriva e angustiados, capacidade de ver o Reino de Deus, aqui e agora, e muita oração.

Se começarmos por esta, deixando-nos guiar pelo Espírito Santo, este nos mostrará o caminho e nos fortalecerá para sermos as testemunhas vivas dum amor que não tem fim. E Jesus estará connosco sempre (S.Mat. 28,20).


Que assim seja. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Ámen.
Fernando Soares, Bispo
Centro Diocesano, VNGaia, 20 de Abril de 2006

AS FARSAS ELEITORAIS CONTINUAM EM PEDRAS RUBRAS!

Apesar das contínuas aldrabices registadas no consultório do Dr. Jorge Catarino, vão amanhã realizar-se as eleições para o congresso distrital da Federação do Porto do PS, no consultório do Dr. Jorge Catarino.

Esta questão tem sido discutida, mas o PS ainda nada resolveu

Assim, e apesar dos novos 100 militantes/não praticantes, que apareceram nesta secção, apela-se a todos os militantes de Pedras Rubras para não comparecerem à votação, mesmo que tenham consultadas medicas marcadas...

Os militantes sérios do PS resolveram não apresentar qualquer lista, por o local de votação nao merecer qualquer credibilidade. Assim Jorge Catarino (pai ou filho), poderão apresentar e ganhar as eleições sempre que quiserem. Parece a União Nacional...

É evidente que o Presidente "eleito" concelhio de nada sabe...coitado!

quinta-feira, abril 27

ARTIGO A PUBLICAR NO PRIMEIRA MÃO

Amahã será publicado um artigo da autoria de Joaquim Armindo, no Jornal Primeira Mão:



IRÃO, UM NOVO IRAQUE

quarta-feira, abril 26




La canción desesperada
Pablo Neruda

Emerge tu recuerdo de la noche en que estoy.
El río anuda al mar su lamento obstinado.

Abandonado como los muelles en el alba.
Es la hora de partir, oh abandonado!

Sobre mi corazón llueven frías corolas.
Oh sentina de escombros, feroz cueva de náufragos!

En ti se acumularon las guerras y los vuelos.
De ti alzaron las alas los pájaros del canto.

Todo te lo tragaste, como la lejanía.
Como el mar, como el tiempo. Todo en ti fue naufragio!

Era la alegre hora del asalto y el beso.
La hora del estupor que ardía como un faro.

Ansiedad de piloto, furia de buzo ciego,
turbia embriaguez de amor, todo en ti fue naufragio!

En la infancia de niebla mi alma alada y herida.
Descubridor perdido, todo en ti fue naufragio!

Te ceñiste al dolor, te agarraste al deseo.
Te tumbó la tristeza, todo en ti fue naufragio!

Hice retroceder la muralla de sombra,
anduve más allá del deseo y del acto.

Oh carne, carne mía, mujer que amé y perdí,
a ti en esta hora húmeda, evoco y hago canto.

Como un vaso albergaste la infinita ternura,
y el infinito olvido te trizó como a un vaso.

Era la negra, negra soledad de las islas,
y allí, mujer de amor, me acogieron tus brazos.

Era la sed y el hambre, y tú fuiste la fruta.
Era el duelo y las ruinas, y tú fuiste el milagro.

Ah mujer, no sé cómo pudiste contenerme
en la tierra de tu alma, y en la cruz de tus brazos!

Mi deseo de ti fue el más terrible y corto,
el más revuelto y ebrio, el más tirante y ávido.

Cementerio de besos, aún hay fuego en tus tumbas,
aún los racimos arden picoteados de pájaros.

Oh la boca mordida, oh los besados miembros,
oh los hambrientos dientes, oh los cuerpos trenzados.

Oh la cópula loca de esperanza y esfuerzo
en que nos anudamos y nos desesperamos.

Y la ternura, leve como el agua y la harina.
Y la palabra apenas comenzada en los labios.

Ese fue mi destino y en él viajó mi anhelo,
y en él cayó mi anhelo, todo en ti fue naufragio!

Oh, sentina de escombros, en ti todo caía,
qué dolor no exprimiste, qué olas no te ahogaron!

De tumbo en tumbo aún llameaste y cantaste.
De pie como un marino en la proa de un barco.

Aún floreciste en cantos, aún rompiste en corrientes.
Oh sentina de escombros, pozo abierto y amargo.

Pálido buzo ciego, desventurado hondero,
descubridor perdido, todo en ti fue naufragio!

Es la hora de partir, la dura y fría hora
que la noche sujeta a todo horario.

El cinturón ruidoso del mar ciñe la costa.
Surgen frías estrellas, emigran negros pájaros.

Abandonado como los muelles en el alba.
Sólo la sombra trémula se retuerce en mis manos.

Ah más allá de todo. Ah más allá de todo.
Es la hora de partir. Oh abandonado!

LIBERDADE / AMAR




Ser livre e voar...
Sem fronteiras
Sem barreiras
Sem limites para sonhar!
Ser livre e voar...
Com minhas asas agitando
Pelos céus sobrevoando
E com este meu voo alcançar
A estrela mais brilhante
O planeta mais distante
Aonde eu possa me encontrar
Neste meu voo ao infinito
Livre... incansável
E conseguir realizar
O meu sonho mais sonhado
Sem limites
Sem fronteiras
A minha liberdade para voar...
Ser apenas livre
Para te amar!

Autor Desconhecido

terça-feira, abril 25

LIBERDADE





Sou sede de tanta gente
Por este mundo sem fim,
Sou clamor dos sufocados
Que acham falta de mim.

Dos negros estive ausente.
Isabel me fez direito,
Mas não cheguei totalmente
Por causa dos preconceitos.

Sou causa dos desabafos
Dos que me buscam nas violas.
Sou o anseio dos pássaros
Que se batem nas gaiolas.

Se eu sou razão do trabalho
Pra ser lazer no descanso,
Para os que remam na vida
Me torno a paz de um remanso.

Por mim já houve batalhas
Nesta pampa-continente,
Onde heróis a ferro e sangue
Plantaram minha semente.

E se sou razão de guerra
E encorajo até o covarde,
Ninguém vai morrer de sede
Sendo sede eu liberdade.

Jorge Mondin

25 de ABRIL NA MAIA, NEM PENSAR! COMO NA MADEIRA!


Não é só na Madeira, que nao comemoram o 25 de Abril. Também este ano, a Assembleia Municipal da Maia, não comemorou o 25 de Abril. A Câmara Municipal nunca o fez, mas a Assembleia Municipal nao se esquecia. Mas este ano não!

Não conheço até este momento qualquer tomada de posição dos Partidos de Esquerda da Maia. E o meu também não conheço qualquer posição oficial. Já estão todos de acordo? É vergonhoso!







As Portas que Abril abriu


Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.

Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempo do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.

Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.
Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.

Foi esta força viril
de antes de quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.
E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.

Ary dos Santos

HOJE, 25 DE ABRIL DE 2004







eu te vou contar,

eu te vou contar,

eu te vou contar,

quando naquela manhã, se soltaram

os acordes das cotovias,

e o vento,

o vento, disse

que a madrugada, tinha feito o amor

os beijos se soltaram, das bocas

famintas do sol da manhã

aí, sei bem, quanto custaram as noites, sem dormir,

na beleza, das rosas feitas cravos,

dos lírios azuis, de vermelho

dos braços dados, em nome do viver,

da liberdade que queríamos, das amarras das prisões,

de nós,

dos assobios, saídos das nossas bocas,

dos pães famintos, dos meninos, sem o ser

sabes, que valeu, podes não sentir,

não querer,

rir da utopia,

porque não sabes, o que foi a noite mais longa,

deste nosso país.

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Artigo da autoria de Joaquim Armindo, publicado em 18/4/2006, em O Primeiro de Janeiro



MOSCADEIRO

LIBERDADE DE PENSAR

Os Partidos Políticos, numa lógica estalinista, pensam que com o condicionar as ideias se conseguem organizações credíveis, junto ao nosso povo; por isso têm dois patamares de análise, um o da discussão interna (onde dizem: tudo pode ser dito), outra o que passa para o exterior, isto é, para aqueles que votam neles, que é o transmitido pelas cúpulas ganhadoras dos confrontos internos. Nada mais enganador, mais castrante e possuidor de uma prática aberrante, que se traduz no amordaçar da liberdade de pensar, de ser mulher e homem intervenientes em toda a sociedade. Normalmente num partido político, as reuniões não são democráticas, os documentos já vêm gizados de cima, dos “pensantes”, daqueles a quem foi dada a iluminação suficiente para serem de “marca registada”. Pode-se discordar, sim senhor!, mas quem o faz tem normalmente três minutos para tal, duma só vez, e de tantas inscrições se dão, que o melhor texto ou decisão é a que já vem cozinhada. Digam os militantes dos partidos, se é assim ou não?

Não sou contra os partidos, até pertenço a um, mas sei claramente desta prática, e depois em nome do partido, duma pertença unidade que tem de ser visível para a sociedade, teremos de falar a uma só voz. Ora isto, não é democracia, mas sim ter medo de enfrentar quem coloca os partidos no poder, que é povo simples e humilde, que cada vez mais olha para eles com desconfiança, porque sabe bem que uma parte substancial está a tratar da sua vidinha, e nada, mesmo nada, preocupado com aqueles que são crucificados em cada dia que passa. Ninguém pode consentir, se é democrata, que qualquer militante não defenda o seu ponto de vista, as suas posições de consciência, no púlpito público, e isso não é ofender a disciplina partidária, antes se traduz por um exercício público de cidadania e de respeito, de cada pessoa, da organização e do que ela traduz para a sociedade. Discordar, e fazê-lo à vista de todos, é um salutar processo de dar credibilidade aos políticos, e fazer dos cidadãos seres políticos; pelo contrário, remeter essa discordância para o segredo dos ouvidos dos militantes é ser salteador do pensamento colectivo, e da medida de depuração de uns tantos.

É em nome da unidade, que os partidos até ameaçam com sanções quem deles discorda, porque não existe transparência, e se esta não existe, muito menos os segredos, que começam a proliferar, e por quem diz que não, nos sítios costumeiros, dando lugar, não à unidade, mas à má fé, à maledicência, e à deturpação do que é dito. Ora isto não é um caminho de unidade, mas de usurpação das consciências, e todos nós somos livres, para com responsabilidade, proclamarmos as nossas opiniões, seja onde for. E isso não dita que o nosso paradigma seja contra o partido, mas que ele é a favor do derrube dos muros, artificialmente construídos, como o de Berlim. Há de facto, muitos muros de Berlim construídos nas nossas organizações políticas, onde “aqueles-que-sabem”, os “eleitos”, ditam as suas leis, em favor da solidariedade, palavra que usam para enganar os incautos. Discordar ou denunciar publicamente é um acto de coragem, que só vem dar substantividade à amizade construída em bases sólidas. Não fazê-lo, é ignorar o que de mais simples existe, que o pensamento é livre como o vento, e esse ninguém pode truncá-lo.

As organizações políticas ainda são consumidas por preconceitos do tempo de século passado, onde se presumia, qual equipa de futebol, que os outros também não sabiam usar tácticas, e então apareciam os esquemas, não para o bem comum das populações, mas para o serviço de uns tantos, que nunca souberam o que é trabalhar, nem tiveram horários, nem nunca deram contas a ninguém, dado que nas campanhas outro ar se respira, da resignação, e falta de ética na proclamação de princípios, que logo se colocam de fora. Assim, em pleno século da fraternidade, cada vez mais os partidos são obsoletos, e talvez outras formas de intervenção tenham de se fazer ouvir, no sentido de os modificar. Creio bem que a vida partidária será menos eficaz, se os militantes não assumirem acções de ruptura com procedimentos deste carácter; pode estar em causa um dos pilares da democracia, os partidos políticos, se corajosamente nada for feito.

A única forma de conseguir a unidade num partido, é a justiça, e esta bem pode ser proclamada aos ventos, porque ninguém é visado quando a verdade permanece. Ser partidário de causas, é ser consciente, e nunca ninguém poderá atraiçoar a sua consciência. Um partido é abstracto sem pessoas, são estas que lhe dão ser, possuem um mínimo denominador comum, mas não têm de pensar todas a uma só voz; as estruturas aparelhísticas não podem condicionar a liberdade de expressão, porque esta nem sequer é condicionada pela Declaração dos Direitos do Homem ou da Constituição Portuguesa.

Partir para eleições, sejam quais forem, com princípios de calar as vozes dissonantes é mau, e, desde logo, condicionador da nossa liberdade. E esta ninguém a tira, por mais parangonas e apoios nesse sentido. Porque estou a escrever sobre isto, perguntarão os leitores, e bem, e respondo, porque se estão a realizar eleições para a Federação Distrital do Porto do PS, meu partido.

Joaquim Armindo

Membro da Comissão Política Concelhia da Maia do PS

jarmindo@clix.pt

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segunda-feira, abril 24

25 de ABRIL, MEU AMOR!







domingo, abril 23


COMUNICADO DE IMPRENSA

ELEIÇÕES PARA PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DISTRITAL DO PORTO E DELEGADOS AO CONGRESSO



Os militantes do Partido Socialista, membros da Secção de Pedras Rubras (Maia), sobre as eleições para Presidente da Federação Distrital do Porto e Delegados ao Congresso Distrital, esclarecem o seguinte:

1.- Não se verificaram as eleições para os órgãos referidos, na Secção de Pedras Rubras, na data prevista dado que o Presidente da Comissão Política do PS do Porto, considerou não existirem condições para se realizarem no consultório do Dr. Jorge Catarino;

2.- De facto, e dado que está em averiguações o processo de impugnação apresentado por irregularidades graves, verificadas no acto eleitoral nesta secção, respeitante às eleições concelhias, pela Comissão Jurisdicional do Porto do PS, essas condições não existem;

3.- Decidiu, porém, a Comissão Organizadora do Congresso, depois de ouvir o Secretário-Coordenador, Jorge Catarino, filho do Dr. Jorge Catarino, convocá-las para o próximo sábado, nesse mesmo consultório;

4.- Sendo assim, os militantes abaixo assinados, em representação de um número significativo de militantes da Secção de Pedras Rubras, decidiu não apresentar qualquer lista de delegados ao Congresso, pois não existem garantias da democraticidade necessária à realização daquele acto eleitoral;

5.- Decidem denunciar as condições a que estão sujeitos os militantes de Pedras Rubras, e que qualquer lista de delegados eleita, não corresponde ao sentir livre, ao pensamento democrático de uma parte significativa dos militantes desta Secção do Partido;

6.- Apelam ao novo Presidente da Federação Distrital do Porto, camarada Renato Sampaio (que apoiaram desde a primeira conversa que tiveram em Outubro passado, ainda sem saberem se haveriam mais candidatos), para pôr cobro a esta situação grave que em nada contribui para prestigiar os ideais de liberdade e democracia, valores de sempre do Partido Socialista..

Pedras Rubras, 23 de Abril de 2006

Joaquim Armindo – Membro da Comissão Política do PS da Maia, ex –deputado Municipal

José António Andrade Ferreira – Membro da Comissão Política do PS da Maia, líder do Grupo Parlamentar do PS, na Assembleia Municipal da Maia e Membro da Assembleia Metropolitana do Porto

Fátima Garcia – Membro da Comissão Política do PS da Maia, Presidente da Assembleia de Freguesia de Vila Nova da Telha.

DO CORREIO DA MANHÃ

Mais de 40 toneladas de alimentos impróprios para consumo, na sua maioria peixe, foram apreendidas pela Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE). A ‘Operação Mercados’ envolveu a participação de 150 inspectores, repartidos por 55 brigadas que passaram a pente fino 208 espaços comerciais. A operação teve início às 18h00 de sexta-feira e viria a terminar às 12h00 de ontem.








Nas visitas-surpresa os inspectores verificaram a higiene e qualidade de peixe, carne, produtos hortícolas e fruta.

Os estabelecimentos fiscalizados situam-se no MARL – Mercado Abastecedor da Região de Lisboa, nos mercados de Castanheira do Ribatejo, Fundão e Castelo Branco, bem como na Docapesca de Lisboa, nas lotas de Setúbal e Matosinhos, no Mercado Abastecedor da Região do Noroeste, em Braga (MARN), e nos mercados abastecedores do Lumiar (Lisboa), Barreiro e Porto.

O balanço final é, uma vez mais, preocupante para os consumidores. Segundo a ASAE, apesar de nenhum estabelecimento ter sido encerrado, foram instaurados 67 processos de contra-ordenação (32 por cento dos inspeccionados).

Cortar a direito é neste momento a condução imprimida pelo antigo director-geral de Viação, António Nunes, à frente da ASAE. Desde que a Autoridade entrou em funções, no início do ano, mais de dois mil agentes económicos foram abordados pelos inspectores.

DOIS MIL FISCALIZADOS EM QUATRO MESES

PÁSCOA

Na ‘Operação Páscoa’ ficaram detidos cinco comerciantes. Foram inspeccionados 303 estabelecimentos, entre fábricas de amêndoas, pastelarias e charcutarias.

MATADOUROS

Em condições deploráveis foi encontrado um matadouro ilegal em Viana do Castelo. Em Baião, o dono de um talho foi detido por fazer abates ilegais.

RULOTES

Na ‘Operação Mostarda’, a falta de higiene fechou 21 rulotes. Antes, tinham sido seladas cinco padarias e 14 restaurantes chineses. Três taxistas foram também detidos.
João Saramago


sábado, abril 22

ARTIGO A PUBLICAR NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Amanhã domingo será publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, o artigo da autoria de Joaquim Armindo:


"O PECADO E OS PECADITOS"

PARABÉNS FUTEBOL CLUBE DO PORTO.





D. ANTÓNIO MARTO BISPO DE LEIRIA FÁTIMA

Conheço bem D. António Marto, um dos meus melhores professores na Universidade Católica, que acaba de ser nomeado Bispo de Leiria-Fátima.

É Bispo de Viseu, e cabe-lhe agora a Diocese de Leiria-Fátima.





Brilhante professor, e de uma humanidade ímpar, pelo que saúdo o meu antigo professor.

sexta-feira, abril 21

ACONTECE SEMPRE O INACREDITÁVEL!

Recebi hoje a convocatória para as eleições da Distrital, que informa que por deliberação da Comissão Organizadora do Congresso, as eleições serão dia 29, naquilo que chamam sede da secção de Pedras Rubras, isto é, o consultório do Dr. Jorge Catarino!

Quem devia convocar decidiu não convocar, até que a Comissão de Jurisdição, decidiu também convocar, pena é, que esta Comissão não tenha decidido uma questão primeira, a das eleições concelhias.

Isto sempre foi assim: sabem porque é que o vereador Miguel Ângelo vivendo em Pedras Rubras, é da Secção da Maia? Porque não queria entrar no consultório do Dr. Jorge Catarino! Ele é membro da Comissão Organizadora do Congresso, teria tido agora a mesma posição?

A
SSIM RENATO SAMPAIO, NÃO VAMOS LÁ. TEREMOS SEMPRE DO MESMO.


ESTE CONGRESSO COMEÇA MAL, MESMO MUITO MAL!




quinta-feira, abril 20

JÁ É CERTO!

Já é certo!

Na Secção de Pedras Rubras não vão existir eleições para a Distrital!

Assim se prova como a Federação Distrital não considera um bom local de voto, o consultório do Dr. Jorge Catarino!

Mas o que ainda não é certo é que o Dr. Jorge Catarino, não dê outro golpe, e faça as suas próprias eleições, elegendo quem bem quer para delegados!

Inacreditável esta forma de proceder! Há que denunciar!

quarta-feira, abril 19






terça-feira, abril 18

EPISÓDIOS DA TELENOVELA DE PEDRAS RUBRAS DO PS

1.- A Comissão de Jurisdição do Porto decidiu abrir um processo, ao caso das eleições concelhias de Pedras Rubras, e só depois irá decidir;


2.- Os militantes de Pedras Rubras não foram convocados para as eleições da Distrital do Porto, por motivo do local ser o consultório do Dr. Jorge Catarino;

3.- Assim os militantes de Pedras Rubras não podem votar, nem estar representados no Congresso Distrital do PS;

4.- Então qual é a dúvida para a Comissão de Jurisdição, decidir para a anulação das eleições concelhias?

segunda-feira, abril 17

ARTIGO A PUBLICAR NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Amanhã será publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, o artigo da autoria de Joaquim Armindo:



"LIBERDADE DE PENSAR"


onde se reflecte sobre os aparelhos dos partidos, ao não quererem que os militantes possam pensar com liberdade

OUTRO IRAQUE NÃO! QUEREMOS A PAZ!


domingo, abril 16

RESSURREIÇÃO! DOMINGO DE PÁSCOA! JESUS VENCEU!












ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Artigo publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, de domingo último, da autoria de Joaquim Armindo.


ÁGUA VIVA

EVANGELIZAR A IGREJA

Neste Domingo de Ramos, a aproximarmo-nos da Semana Santa, de férias, para alguns, percorremos todo um caminho durante a Quaresma, no qual fomos chamados a reflectir sobre as realidades cristãs. A Quaresma é uma provocação, no sentido de explorar as nossas atitudes e chamar à clarividência o que é, afinal, ser cristão neste mundo globalizado.

A Páscoa, prática ancestral e anterior à morte de Jesus Cristo, é a revolução, e “castiga” todos os conservadores, pela sua própria natureza. Os rituais pascais, em cada ponto do mundo, não possuem espírito, e baseiam-se na morte; uma morte, que sempre foi Vida, mas que continua a proliferar na Igreja Cristã, porque tem necessidade de lançar o medo, baseado numa fé, não esclarecida.

Foi esta a minha reflexão nesta Quaresma, e perante a apatia das Igrejas, quaisquer que elas sejam, interrogar-me fortemente se a Igreja não tem, com urgência, de ser Evangelizada, para de vez passar da morte, para a vida, na ressurreição da alegria. Eu creio, que todos nós, cristãos como eu, precisamos dessa evangelização do Espírito do Pentecostes, e Ele encontra-se muito mais no mundo, que nós rejeitamos, do que nos nossos piedosos actos em templos fechados, aos Filhos de Deus, as mulheres e os homens da humanidade.

Os nossos actos cheiram a bafio e a preguiça, os nossos sacrifícios são inúteis práticas, o que importa a Deus é o Amor, e a Igreja (a que pertenço) e seus grupos, meteram a evangelização nas gavetas, trocando-a por laudatórias práticas, que nada custam, em vez de lutarem com-paixão pelas causas do Evangelho.

Esta Igreja, Santa e Pecadora, não deve ter medo de se deixar evangelizar pelo mundo, onde reside o Espírito, porque só assim será o sinal, de que não é amorfa, amante de chás de amigos(as), mas que se deixa possuir pelas sarças ardentes, que existem por aí, nos cantos e esquinas da cidade.

Esta a minha reflexão quaresmal, que aqui deixo.

Joaquim Armindo

Licenciado em Engenharia e Ciências Religiosas

jarmindo@clix.pt

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sábado, abril 15

CREMOS NA RESSUREIÇÃO DO SENHOR, DOS POBRES E OPRIMIDOS, DOS QUE SOFREM, DOS MARGINALIZADAS, NÓS CREMOS







DO PABLO NERUDA





QUEM MORRE?



Morre lentamente
quem não vira a mesa
quando está infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto
para ir atrás de um sonho,
quem não se permite,
pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.

VEJAM BEM QUE NÃO SÓ GAIVOTAS NO AR...



Vejam senhoras e senhores, que não há só gaivotas no ar quando um homem se põe a pensar.

Eis a história:

1) No próximo dia 21 vão realizar-se eleições para a Distrital do Porto, que são directas;

2)Acontece que ainda existem homens de fibra, no PS;

3) Assim, a pessoa que assina as convocatórias para eleição do Presidente da Federação e Delegados ao Congresso, não assinou a convocatória para a Secção de Pedras Rubras, porque não reconhece ao consultório do Dr. Jorge Catarino condições para elas se realizarem-se.

E AGORA?

sexta-feira, abril 14

MAIS GOLPAÇAS! AQUI ESTÁ O PS DA MAIA RENOVADO!

Havia na 3.ª feira uma Assembleia Extraordinária para dar posse à nova Comissão Política da Maia( o que não se faz estatutáriamente!).

A Assembleia reuniu, tomando posse os elementos da lista A, mas, espanto dos espantos!, deliberaram um novo ponto: eleição do secretariado da Comissão Política, como se vê tudo na maior democracia catarinistica!

Vejam agora a renovação do novo secretariado:

- Martins de Carvalho (catarinista assumido, deputado da Assembleia Municipal da Maia, no 2.º mandato, braço direito de Jorge Catarino, membro do anterior secretariado de Jorge Catarino)

- Luísa Barreto (catarinista assumida, nova Directora do Centro de Emprego de Amarante, deputada municipal , pela 2.ª vez, membro do antigo secretarido de Jorge catarino)

- Hugo Campos (antigo deputado municipal, membro de secretariado de Jorge Catarino)

- Helder Ribeiro ( Deputado Municipal, contorverso , não quer respeitar as leis da AM, membro do Secretarido de Jorge Catarino)

- António Espojeira (apoiante de Jorge Catarino)

- Jorge Catarino (filho de Jorge Catarino)

- Joaquim Lopes (o único sem passado catarinista, apoiante de Manuel Alegre, que há poucas semanas se passou para Jorge Catarino)

- André Araújo (não conheço)

Então isto é a renovação! Fernando Ferreira começa muito mal, e quem torto nasce, nunca mais se endireita!

quinta-feira, abril 13

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Artigo da autoria de Joaquim Armindo, publicado no jornal O Primeiro de Janeiro, de 4 de Abril:



MOSCADEIRO

DA VITALIDADE DA SOCIEDADE

Participei há poucas semanas na redacção da moção, duma lista candidata à Comissão Concelhia do PS/Maia, em que afirmava que a Vitalidade da Sociedade, é de primordial importância, mas que na redacção final não aparece. Já tenho afirmado, muitas vezes, que esta questão de apresentar documentos políticos, quer aos militantes dos partidos, quer ao povo português, não passa de um engano; não só porque ninguém os lê, mas também são colocados “nas gavetas” após eleições. Não sei até, se foi por alguma destas razões que o candidato Fernando Ferreira, aconselhado, certamente, pelo seu “padrinho”, nas últimas eleições para a concelhia, nem projecto apresentou, e parece que “ganhou”, isto é, o caciquismo politiqueiro que ronda as águas da Maia (veja-se o caso paradigmático de Pedras Rubras, onde Salazar não faria melhor), sobrepõe-se às ideias em confronto, determinando, assim, a nula participação daqueles que se dizem militantes. Mas fosse, porque fosse, a verdade é que o exercício de condensar num suporte os vectores fundamentais de programas, não deve ser escamoteado nos partidos políticos, e, nomeadamente, naqueles que se dizem da fraternidade. Por isso, continuo a defender a análise teórica, sobre uma prática evidente (não o contrário!), e sendo assim penso que é de louvar a apresentação das moções, até para que não se caia no acriticismo de partidos, com militantes não praticantes, o que é uma aberração, em qualquer organização.

Então, um dos princípios defendidos nessa moção apresentada aos militantes maiatos do PS, baseava-se na impossibilidade de alteração, sobretudo das atitudes, com forças endógenas somente, isto é, o partido teria de contar com a Vitalidade da Sociedade, neste caso maiata, como capacidade exógena para conseguir uma modelação das suas actividades. E dizia, que era fora dos horizontes dos militantes, que conseguiríamos as sinergias necessárias, para alterações profundas no funcionamento interno, não tendo dúvidas que consubstanciar as nossas posições, só têm efeito, no ouvir activamente, com pró-actividade contínua, as populações, nomeadamente aquelas que não nos são afectas, porque só assim possuiremos a humildade democrática de sabermos que a verdade, não reside em nós, mas na globalização de todos os saberes, sejam daqui ou dacolá.

É basilar verificar que a sociedade maiata, embora doente, possui dentro de si capacidades suficientes para inflectir as lógicas partidárias, e contribuir para o emergir de consubstancialidades que permitam a participação activa dos cidadãos, numa acção de cidadania consequente. E só assim, tem sentido que os mais despertos (que não necessariamente, os mais inteligentes!), para a política, coloquem no centro das suas preocupações a análise e reflexão, politicamente incorrecta, realizada por todas e todos que se interpenetram na sociedade, e descrêem dos métodos usados pelos partidos políticos, que mesmo na sua casa usam de tramóias inconcebíveis, numa sociedade saudável. Talvez, porventura, que se a centralidade política fosse esta, no reconhecimento que a sociedade maiata tem em si a capacidade evolutiva de contribuir, para a modificação azeda dos partidos, e no caso particular, do PS da Maia, estaríamos a contribuir para uma melhor gestão da cidade, e torná-la saudável.

Está aqui um novo paradigma, o de retornar ao princípio que as nossas soluções para o desenvolvimento da sociedade, da Maia, não passa por bonitos esquemas partidários, por melhores que nos pareçam, gizados pela melhor massa cinzenta, mas da emanação dos sentimentos das populações, dos seus quereres, expectativas e sobretudo confiança. Esta já não existe, porque os movimentos sociais não se geram, ou são atropelados pelo nefasto poder, que urge colocar em questão, desobedecendo, com urgência, às diatribes que exibe enquanto força bloqueadora do pensar cultural nacional. Quem arrasta para os partidos pessoas a quem não se dá força, ou apenas a do voto, duma cultura genuína tradutora de participações activas e empreendedoras, continua no poder, mas num pedestal sem consequências de serviço; assim, usa-o em seu proveito, é mentiroso, e pouco lhe resta a não ser, marginalizar-se no domínio da sua consciência, e deixar a humanidade mais pobre com a sua opção de agir. É o descrédito das acções, que se traduzem nas expressões do nosso povo, quando se fala de política.

Por tudo isto, é que o reconhecimento nos programas partidários, que a sociedade tem vitalidade para intervir, e corrigir, os pensamentos das nossas pobres politicas, não é enganador, mas um princípio que dá força ao reconhecimento do serviço à causa pública. Quem assim não o fizer, está enganado, a história não lhe dará razão e o futuro desmascarará, mais cedo, ou mais tarde, as impossibilidades do conluio com aqueles que mais sofrem, e necessitam não que os ajudem a libertar-se, mas que se libertem com eles!

Maia, Maia, que pobre política e pobres políticos tens, mas acredito na tua sagacidade para caminhar com eles, e inverter esses “iluminados”!

Joaquim Armindo

Membro da Comissão Política do PS da Maia

jarmindo@clix.pt

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HOJE NO JORNAL PRIMEIRA MÃO

Artigo da autoria de Joaquim Armindo, publicado hoje, no Jornal Primeira Mão



OPOSIÇÃO AO SERVIÇO DAS POPULAÇÕES




onde se fala da oposição e do poder

quarta-feira, abril 12

QUEM JULGA O SUPREMO TRIBUNAL? QUEM JÁ VIU ISTO?

Castigos corporais são aceitáveis

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2006/04/12 | 08:51


Supremo absolve mulher acusada de maus tratos a menores. E considera que «o bom pai de família» «dá palmadas no rabo do filho». Se não o fizer é negligente. Educadora teve pena suspensa por amarrar criança deficiente

Uma responsável de um lar de crianças com deficiências mentais, acusada de maus tratos a menores, foi absolvida pelo Supremo Tribunal de Justiça, que considerou «lícito» e «aceitável» o comportamento da mulher, avançou o jornal Público.

A mulher tinha sido indiciada por dar palmadas e estaladas às crianças e fechá-las em quartos escuros quando elas se recusavam a comer. O Ministério Público recorreu, mas não lhe foi dada razão. «Qual é o bom pai de família que, por uma ou duas vezes, não dá palmadas no rabo dum filho que se recusa ir para a escola, que não dá uma bofetada a um filho (...) ou que não manda um filho de castigo para o quarto quando ele não quer comer?», pode ler-se no acórdão do Supremo, que considera que, «quanto às duas primeiras, pode-se mesmo dizer que a abstenção do educador constituiria, ela sim, um negligenciar educativo».

O tribunal determinou ainda que a escola, por exemplo, «deve ser imposta com alguma veemência» e (¿) «perante uma ou duas recusas, umas palmadas (sempre moderadas) no rabo fazem parte da educação».

Segundo o Público, a responsável trabalhava no lar residencial do Centro de Reabilitação Profissional e o Tribunal provou que, entre 1990 e 2000, fechou frequentemente um menor de sete anos (que sofria de psicose infantil muito grave) na despensa com a luz apagada, para que ele ficasse menos activo.

Os mesmos tribunais, de Setúbal e o Supremo, consideraram ainda que se tinha provado que um quarto menor deficiente ficou «de castigo num quarto sozinho quando não quis comer a salada à refeição, tendo aquele ficado a chorar por ter medo». Mesmo assim, disseram os juízes que era tudo normal e que não se podia falar de comportamento reiterado.

«A gravidade inerente às expressões maus tratos e tratamento cruel constitui, ela sim, o elemento que nos leva à improcedência deste recurso. É que, quanto a estes menores, não só não se atinge tal gravidade, como os actos imputados à arguida devem, a nosso ver, ser tidos como lícitos. Na educação do ser humano justifica-se uma correcção moderada que pode incluir alguns castigos corporais ou outros. Será utópico pensar o contrário e cremos bem que estão postas de parte, no plano científico, as teorias que defendem a abstenção total deste tipo de castigos moderados», concluíram os juízes, mantendo então a pena aplicada pelo tribunal de primeira instância à arguida, por ter amarrado os pés e as mãos da criança: dezoito meses de prisão, suspensos por um ano.

Não sei quem escreveu mas faz todo o sentido...





Há um propósito na árvore
para se manter de pé
uma ousadia, um risco, uma fé
ou só a palavra que a descreve
e nos mantém longe
sábios da botânica.
Quem decifra os seus mistérios
quem sabe das suas sabedorias
quem a viu chorar?
As suas folhas são verdes
com saudades do mar?
Foi o vento que a semeou
ou as estrelas?
As suas raízes:
boca que alimenta
pés que a firmam na terra
são a certeza dos ramos
que a ligam ao céu.
Na sua sombra descanso da viagem
a ela retorno para aprender a partir.


terça-feira, abril 11

AFINAL?

Afinal parece que a tomada de posse, de hoje, da Comissão Política do PS da Maia, já não o é!

Afinal, parece que o Presidente cessante convocou uma Assembleia de posse, que não existe nos estatutos!

Afinal, parece que o Presidente "eleito", vai presidir a nada,porque o acto eleitoral, irá ser anulado!

Afinal, parece que a impugnação fala verdade!

Afinal, parece que o Presidente "eleito", não tem voz! E terá vez?

Afinal, é verdade que os membros da Lista B, não vão comparecer a um acto, que nem sequer existe!

Afinal, assim bem pode o PSD dormir descansado!





De ti e desta nuvem; desta nuvem
branca como voo de pássaro
em manhã de abril; de ti
e da íntima chama de um fogo
que não consente extinção;
de ti e de mim fazer um só acorde,
um acorde só; para não te perder.


Eugénio de Andrade, in Os Sulcos da Sede

segunda-feira, abril 10

Cumplicidades Partilhadas





"O instante mágico é aquele momento em que

um "sim" e um "não"

podem mudar toda a nossa existência."


Paulo Coelho
"Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei"

domingo, abril 9

HOJE NO PÚBLICO

Frei Bento Domingues, na sua habitual crónica de domingo, sob o título "UM PARTIDO DO PAPA?", escreve:


"Apetece-me deixar, aqui, um fraqgmento de um poema de George Steiner: "A morte não é dona das cidades,/Nem eterna a meia-noite/O coração é um subúrbio da esperança/Uma primeira pausa na fronteira."

Precisamos de trabalhar por um mundo sem fronteiras, pela reunião dos povos, pelo abandono da política das grandes potências presentes e futuras. Jesus, na cruz, rompeu com a última das fronteiras:a morte".

E a mim apetece-me transvervê-lo, neste Domingo de Ramos.

sábado, abril 8

ARTIGO A PUBLICAR NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Amanhã, domingo, será publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, um artigo da autoria de Joaquim Armindo:



EVANGELIZAR A IGREJA

quinta-feira, abril 6

O FOLHETIM DA MAIA

Sabe-se, neste momento, que Abel Maia, Presidente da Comissão de Jurisdição do PS, não convocou ainda esta Comissão para resolver o problema da Maia.


Também é dado como certo que os eleitos pela lista B, que impugnou as eleições, não tomarão posse, dado o acto ser éticamente ser repugnante.

quarta-feira, abril 5

MAIS UMA DE JORGE CATARINO

Como é público as eleições para a Comissão Política do PS da Maia, foram impugnadas, tendo o Presidente da Comissão de Jurisdição Dr. Abel Maia, declarado aos Jornais que esta semana analisaria o processo da Maia.

Jorge Catarino mesmo sabendo disto, acaba de convocar os eleitos para tomarem posse na próxima 3.ªfeira.

E depois diga Fernando Ferreira, que é tudo legal!

terça-feira, abril 4

DO PRIMEIRO DE JANEIRO

Lista B impugnou eleições da Concelhia PS
“Maia tem militantes de 1.ª e de 2.ª”

A Comissão Federativa de Jurisdição do PS reúne-se esta semana para analisar a impugnação pela lista B das eleições para a Comissão Política Concelhia da Maia, que decorreram no dia 25. Uma questão que promete fazer correr ainda muita tinta.
Paulo Sérgio Soares

A Comissão de Jurisdição do PS vai analisar esta semana a impugnação da lista B às eleições para a Comissão Política Concelhia da Maia, que tiveram lugar no último dia 25. Sem querer adiantar muitos pormenores, Abel Maia, presidente daquele órgão, revelou que a questão será analisada nos próximos dias.
Em documento enviado na quarta-feira à comissão, a lista que era liderada por José Manuel Correia aponta várias irregularidades, como o facto de a secção de Pedras Rubras ter aberto às 13h00, duas horas antes do previsto, a votação de muitos militantes sem as quotas sem dia e de um elevado número com quotas reduzidas, o que segundo o ex-candidato “constitui uma situação de excepção, prevista para quem tem dificuldades económicas”.
José Manuel Correia, que promete levar o caso ao Tribunal Constitucional, se a Comissão de Jurisdição do PS não agir em conformidade, lembra que na altura da chegada do delegado da lista a Pedras Rubras, à hora prevista para a abertura das urnas, já tinham votado 59 pessoas, considerando também “inaceitável” que na mesma secção tenham votado tantos militantes em quotas em dia, existindo 80 por cento com quotas reduzidas.

Desigualdades
“Isto prova que na Maia existem militantes de 1.ª e de 2.ª, pois grande parte dos que votaram são pessoas sem qualquer dificuldade económica”, considera José Manuel Correia. Afirmações justificadas no documento de que constam nomes como os de Ana Maria Esteves Rodrigues, professora reformada e deputada municipal, e Joaquim José Ferreira, que como se pode ler no texto, “sempre pagou a quota integral encontrando-se na lista dos militantes com quota reduzida”.
Entre as irregularidades estão o facto de, em Pedras Rubras, o local onde decorreram as eleições ser o consultório de Jorge Catarino, até agora líder do partido na Maia. “Não há qualquer indicação daquele espaço como secção do PS. Existe uma promiscuidade entre o exercício de clínica privada pelo Dr. Jorge Catarino e o exercício livre e democrático dos militantes do PS. Sempre foi recusado pelo Dr. Jorge Catarino que os actos partidários se realizassem fora do seu consultório. Convém dizer que o PS tem uma sede concelhia no centro da Maia aonde as secções que não têm espaço físico realizam os actos partidários”, pode também ler-se no documento, no qual são apontadas outras “ilegalidades”, como “a não afixação dos cadernos eleitorais e listas de candidatura na secção de Pedras Rubras”.

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Averiguações
“Situações estranhas”
Na carta de impugnação é solicitada a averiguação às votações ocorridas nas secções de Gemunde e Milheirós, sendo assinalados como factos “relevantes”, a votação nas secções de Águas Santas, Gueifães e Maia, que representam 64 por cento dos inscritos e 53 por cento dos votantes, recolhendo a lista A 35 por cento dos votos totais e a lista B 86 por cento, sendo referido que “nestas secções houve verificação da votação pela lista B.
“Nas secções de Gemunde, Milheirós e Pedras Rubras, que representam 36 por cento dos inscritos e 47 por cento dos votantes, a lista A recolhe 65 por cento dos votos totais e a lista B 35 por cento, não tendo havido nestas secções verificação pela lista B”.

segunda-feira, abril 3

ARTIGO A PUBLICAR NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Amanhã no jornal O Primeiro de Janeiro, será publicado um artigo da autoria de Joaquim Armindo:


"DA VITALIDADE DA SOCIEDADE"


Mais um contributo para a análise das eleições para a Comissão Política do PS da Maia.

03 Abril 2006

Mário Viegas: 10 anos de saudade

Não parece mas já passaram dez anos desde o 1 de Abril de 1996, dia em que Mário Viegas pregou a suprema partida de nos privar da sua irreverente e proveitosa companhia. Foram muitos – eu incluído – os que descobriram a beleza e o fascínio das palavras ditas pela voz magistral de Mário Viegas. "O Manifesto Anti-Dantas", foi a primeira coisa que ouvi da sua boca e foi tal a impressão que me causou que ainda hoje fico arrepiado sempre que ouço essa peça. E quando tive a oportunidade de a ouvir pelo próprio Almada Negreiros é que fiquei com a noção mais nítida da sublime arte de Mário Viegas já que superara o autor. Por tudo isso é da mais elementar justiça endereçar-lhe daqui um sincero agradecimento lá para o lugar etéreo de onde risonhamente nos observa.
Perdemos o homem, ficou a obra e a grata memória que deixou em todos aqueles que tiveram o privilégio de comungar da sua arte. Para a posteridade fica o seu legado que não é de pouca monta pois além da documentação que doou ao Museu do Teatro, dele faz parte um rico e precioso acervo de poesia recitada. Parte desse espólio de gravações pertence ao arquivo histórico da RDP e, como tal, cumpre-me aplaudir a direcção da Antena 1 por ter assinalado a efeméride com a transmissão de uma série de poemas ditos pelo grande recitador, de hora a hora logo a seguir ao noticiário. No dia das mentiras foi uma barriga cheia de poesia porque além da oportuna evocação de Mário Viegas, Francisco José Viegas teve também a louvável ideia de preencher o seu
Escrita em Dia com o recital de poesia de vários autores que teve lugar na Casa Fernando Pessoa no Dia Mundial da Poesia. Dada a míngua de poesia de que a rádio pública tem padecido é caso para dizer que a fome deu em fartura. Mas receio bem que esta súbita abundância tenha sido circunstancial e que a penúria volte a ser a ordem do dia. Não vou ao ponto de pedir que doravante haja poesia a cada hora que passa, mas já me contentava com a transmissão de um poema três ou quatro vezes por dia e nos vários canais da RDP, a exemplo do que tem acontecido – e muito bem – com algumas rubricas da Antena 1. Penso que não é pedir muito e não será certamente por falta de material no arquivo histórico que isso não é feito.

Nota: A poesia recitada por Mário Viegas fica agora mais acessível aos interessados graças à colecção de CDs que o jornal "Público" começou a distribuir.