COMUNICADO
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O homem e a mulher são seres políticos, criados à imagem e semelhança do Criador. Não há homem, nem mulher, que não creiam num outro mundo, numa nova ordem mundial sob todos os aspectos. Se creem, são seres situados e pessoas únicas e irrepetíveis.
Etiquetas: Ordem dos Médicos
Etiquetas: Alberto João, Madeira
Etiquetas: Câmara da Maia, Pessoas com MC
Ao Bloog que dá voz ao Cidadão comum
Tomo a liberdade de dar dois exemplos á Camara Municipal da Maia, o de bem servir a população em especial a deficiente, exemplos que deviam ser seguidos por todos os Presidentes de Juntas das Freguesia; quanto á Câmara já não gasto tinta.
Este gesto parece pouco para o cidadão dito normal, mas é muito para os deficientes Motor.
Como a falar é que as pessoas de bem se entendem, os deficientes viram também as suas dificuldades de acesso á nova Junta de Freguesia minimizados, a nova Junta de Vila Nova da Telha não estava contemplada com elevador, o Presidente Sr. Pinho Gonçalves ao ser por mim alertado moveu esforços para que a nova Junta fosse contemplada com o desejado elevador, e assim os deficientes poderem participar nas Assembleias de Freguesia. Um Presidente deve ir ao encontro das necessidades das populações sendo deficientes ou não.
Só foi preciso boa vontade e empenho, e já temos elevador, o mesmo não posso dizer do Presidente da Câmara Municipal da Maia, está de costas voltadas para as deficuldades que os deficientes encontram na via Publica.
É de Homens e Mulheres com vontade de fazer politica séria que os munícipes querem e precisão.
Todos os munícipes deveriam ser Cidadãos de plenos Direitos e Deveres, mas em pleno século XXI os deficientes ainda são marginalizados pela Camara Municipal da Maia , nesta selva de interesses que é a sociedade em que tentamos sobreviver.
Somos cerca de um Milhão de deficientes, mas só se vê meia dúzia a circular na via publica por não haver condições de mobilidade, é essa a vergonha da Câmara da Maia ?.
Leva-me a dizer que os responsaveis da Camara Municipal da Maia, ao nao eleminar as barreiras arquitectonicas, se esforçam para manter os Deficientes fechados em casa, para que não se veja, devem ter vergonha de nada fazerem para bem da comunidade deficiente.
há pequenas ( grandes coisas ) que a Camara podia e devia fazer, é para isso que sao eleitos, servir o povo sem excepçoes.
Há tempos atrás tive uma breve conversa com o Sr. Provedor Municipal do Cidadão com deficiência da Cidade do Porto, João Cottim Oliveira, trocamos impressões, deu-me alguns conselhos a seguir, uma vez que não tem competência territorial para intervir na Maia.
Ao saber que á a intenção de o Sr. Presidente da Assembleia Municipal, em propor a criaçao do Gabinete do Provedor Municipal do Cidadão com Deficiência na Maia, vejo esse gesto com agrado, é o Gabinete que falta aos Deficientes Maiatos para melhor lutar pelos seus direitos.
Com isto espero despertar consciências, e sensibilizar os senhores Deputados e Presidentes de Junta na base da compreensão e respeito pelos deficientes.
Pondo a questão nestes termos, se um Presidente de uma Junta, ou Deputado, sofrer um acidente ficar numa cadeira de rodas, ( como eu fiquei ) como exerce as suas funções havendo barreiras arquitectónicas por todo o lado, até no proprio edificio da Camara?.
Pensem nisso Senhores Presidentes e Senhores Deputados.
Não vão deixar de estar activos pois não ?.
Não tenho as duas pernas, e recuso-me a baixar os braços, quero continuar activo e ser útil á sociedade.
Caros Leitores, os grupos políticos com acento na Assembleia Municipal mostraram um desrespeito pelas Pessoas Deficientes, com a excepção do Sr. Presidente da Assembleia Municipal, e da CDU, foi a única força politica que mostrou interesse e respeito pelos Deficientes ao se deslocar aos locais onde as barreiras existem, fazendo o levantamento dos mesmos, o meu obrigado á CDU, e ao Sr. Presidente da Assembleia.
Sem mais, os meus respeitosos cumprimentos.
João Couto Lopes
Etiquetas: Assembleia Municipal da Maia, Câmara da Maia
Tendo em conta a estranha polémica que se tem levantado sobre as Comemorações do 25 de Abril, que a Câmara Municipal da Maia atempada e legitimamente decidiu organizar, na minha qualidade de Vereador subscritor da proposta de organização das citadas comemorações – que foram aprovadas por unanimidade pelo Executivo -, venho através da presente esclarecer o seguinte:
1. As comemorações organizadas pela Câmara Municipal da Maia forma concebidas com o objectivo único de envolver o maior número possível de jovens do Concelho da Maia em actividades que pela sua natureza estimulem o espírito de cidadania e aportem conhecimentos sobre o que foi o 25 de Abril.
2. Estas comemorações não impedem, como é evidente, que outros órgãos municipais, como por exemplo a Assembleia Municipal organizem, sobre a questão, as actividades que entenderem.
3. A Câmara Municipal da Maia convidou o Senhor Presidente da Assembleia Municipal da Maia para integrar a Comissão de Honra, que é constituída – para além do referido – pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal e pelo Senhor Presidente da Junta da Freguesia da Maia, na sua qualidade de Presidente de Junta há mais tempo em exercício de funções no nosso Concelho.
4. A Comissão Executiva é constituída por mim próprio, pelo Senhor Vereador do Pelouro da Juventude, pela Senhora Vereadora Sandra Lameiras em representação do Partido Socialista e por um representante da Assembleia Municipal, a designar por esse órgão.
5. É pura infâmia afirmar-se que estas comemorações organizadas pela Câmara Municipal da Maia visem atingir a dignidade e o prestígio de qualquer outro órgão autárquico.
6. A Câmara Municipal da Maia sempre apoiou a Assembleia Municipal da Maia na organização das festividades sobre o 25 de Abril decididas desenvolver pelo referido órgão, nomeadamente através do pagamento de todas as despesas inerentes. Só não o fez no ano passado porque a Assembleia Municipal da Maia decidiu não comemorar o 25 de Abril, por razões que não cabem nem à Câmara Municipal nem aos seus membros ajuizar.
7. As comemorações de iniciativa camarária decididas para este ano seguem um modelo completamente distinto do tradicional, optando pelo envolvimento e participação activa da juventude, facto que levou a própria Associação 25 de Abril a conceder um apoio substancial, nomeadamente através da cedência de materiais expositivos de grande valia, das quais se destacam o Painel de Santarém e o acervo fotográfico de Eduardo Gajeiro.
8. Ninguém, no seu perfeito juízo, pode criticar a Câmara Municipal da Maia por comemorar o 25 de Abril, e muito menos criticá-la por ter optado em fazer do 25 de Abril uma festa para a juventude, com claros objectivos lúdicos e pedagógicos, facto que se constata pela simples análise da programação.
São também ilegítimas quaisquer outras leituras e afirmações que mais não passam de tentativas de boicotar a grande Festa da Liberdade.
O Vereador do Pelouro da Cultura da
Câmara Municipal da Maia
Mário Nuno Neves
Texto e foto do blogue "cidadaniamaia"
COMENTÁRIO:
Nunca a Câmara Municipal da Maia comemorou o 25 de Abril, por isso se estranha, mas louvamos. No entanto, não fora este comunicado, não saberiamos das intrigas, que se há, são dos corredores dos políticos, porque aos cidadãos da Maia nada dizem.
Etiquetas: Câmara Municipal da Maia. 25 de Abril
Crónica publicada hoje no Jornal O Primeiro de Janeiro, será publicada na integra aqui, no próximo domingo
QUARESMA: A REFLEXÃO DA GLOBALIZAÇÃO
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ZECA AFONSO
Menino do Bairro Negro
Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar
Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz
Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Vira também
Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
Crónica publicada no Jornal Primeira Mão, em 16 de Fevereiro de 2007
UMA LEITURA DO REFERENDO
A participação das portuguesas e dos portugueses directamente nas decisões que se tomam é um bom princípio, embora neste caso muito difícil, porque se trata de uma questão de consciência, e não seja tratável por um simples SIM ou NÃO. A discussão que se gerou em torno da matéria do aborto, também não continha a necessária substância para este referendo, dado não ter sido esclarecedora em toda a sua latitude. Nós enquanto cidadãos, também, estamos habituados, a que poucos, os eleitos, decidam tudo por nós, e, francamente, colocamos ao colo dos políticos as nossas expectativas, e muitas vezes andamos mesmo com eles ao colo. Daí, que os problemas do nosso quotidiano não sejam a coisa pública, mas os nossos, e até legítimos, interesses particulares, ou a melhor maneira de ludibriar os parceiros, no intuito de “nos safar”. Não cultivamos muito, e podemos estar atentos às assembleias municipais ou reuniões camarárias, o ver a verdade dos factos; a ideia de que a participação activa, é a melhor forma de tornarmos a sociedade, e a humanidade, mais visceralmente unida ao pressuposto interventivo. E aí entronca a participação omissa, nas decisões colectivas. O futuro pertence à humanidade, ou á sociedade particular, neste caso a maiata, é um conjunto de indivíduos, que a partir da diversidade, promovem a unidade, como o grande insigne e filosofo bracarense, Padre Fragata, se referia à teoria do uno e do múltiplo. Onde a multiplicidade de seres, se resumia a um mesmo tempo á necessidade do uno; mas estas questões são particularmente necessárias aflorar num confronto de ideias, que possuem como substantividade uma cultura forjada no querer do desenvolvimento holístico, não é ainda o pulsar da cidade portuguesa.
Tudo isto para uma leitura do referendo, que domingo passado observamos. Tudo feito por uma campanha, apesar dos excessos, como chamar assassinos aos outros que não pensam como nós, decorreu muito melhor que todas as outras. Independentemente da nossa posição de sim ou não, e como sabem o meu foi sim, existiu uma desfocalização no problema em causa, e a própria pergunta sugeria um afastamento da realidade complexa do que é o aborto. Tudo se situou, para uns num atentado à vida humana, para outros numa menorização do que estava em causa, propondo a prisão ou não da mulher. Mas de facto, a pergunta, era mesma esta, quem está a favor de que uma mulher aborte e vá presa, ou não. Ora, esta forma de proceder é simplista, não vai ao fundo da questão, de porque é gerado o aborto, pela necessidade de uma mulher recorrer a ele. Nós estamos fechados numa sociedade amoralista, amorfa nos princípios, e fazedora dos abortos. Ninguém é a favor do aborto, como referia Frei Bento Domingues, só o todo de nós, a grande família universal, das mulheres e dos homens, embora sejam contra o aborto, promovem-no, pela incapacidade de gerar o amor, a vida. Sei que é muito fácil atirar para a sociedade o mal de tudo, e refugiarmo-nos nisso, mas é um facto que só ela, em si, gera o fatalismo, a ignorância, e pior a falta de valores, traduzíveis numa incapacidade de doar amor, de o ser, possuir e proclamar. Não foi aqui que se focalizou toda a discussão, mas nos anátemas da criação de estereótipos e de esquemas, para uma vontade de triunfar, normalmente arreigada a organizações, sejam elas políticas ou religiosas. Não tenho temor de confessar que a questão é da falta da globalização do amor, em detrimento do caos determinista do egoísmo, fundado na lógica numérica dos euros. Também é assim com a prostituição, quer seja uma profissão, quer aquela que a mulher casada é forçada, pelo nível cultural e económico, a manter com o seu marido, sem que o prazer da relação seja factual, mas subordinado a ditames ditos morais, económicos ou de obediência. Toda esta problemática não foi tida na campanha, infelizmente afirmo. E quem tentasse ir por aí, seria tido por intromissão desviativa do que estava
Ganhou o SIM, mas não vinculativo, isto é, segundo as nossas leis não tem força pelo querer do povo. Se num primeiro e segundo momentos discuti a tese da participação e da focalização, não deixaria, agora, de apreciar o comportamento político e as suas consequências. Com o SIM dado por adquirido, mesmo com o estigma da democracia participativa quase não se fazer sentir, não coloco dúvidas que o poder político sai fortalecido, requerendo uma maior vigilância sobre os actos da governação. Apesar de neste referendo estar em causa uma questão de consciência, dá-se uma inversão nas perdas consecutivas de José Sócrates, as autárquicas e as presidenciais, mesmo sabendo que a esquerda e a direita, ora votaram sim, ora não, porque a questão é transversal. Mas serve para apresentar um governo e um partido ganhador, em que o povo português mais uma vez confiou. Na política é assim, não podemos desligar as coisas, convém juntar as peças. Se ganhasse o NÃO, então as ilações seriam contrárias.
Espera-se que os votantes do SIM, eu incluído, saibamos ser contra o aborto, pelo amor, focalizando a questão nos princípios fundamentais e, sobretudo, dando alento a uma política inovadora que favoreça os nascimentos, numa humanidade mais justa e solidária.
Joaquim Armindo
Membro da Comissão Política do PS da Maia
Crónica publicada no Jornal O Primeiro de Janeiro, em 13/2/2007
MOSCADEIRO
OS MILHARES DE PÁGINAS
Nos últimos meses os portugueses mais atentos foram surpreendidos pelas dezenas de programas, com milhares de páginas, que pretendem alterar o rumo do nosso país. São para todos os gostos: o da inclusão, o do crescimento e emprego, o tecnológico, o do desenvolvimento sustentável, e agora um mais badalado, já que é traduzido em milhões de euros, baptizado QREN. E vêem os portugueses, todas estas siglas, mais na televisão, do que nos jornais, dado que muito poucos os compram, sem terem uma noção exacta daquilo que é traduzido. É tal a profusão de planos, que de facto, existe uma estranha noção daquilo que traduzem, dado que muitos falam do mesmo, que quase já ninguém dá por isso, para além das conferências de imprensa, convocadas propositadamente para os apresentar. São tantos, alguns uma repetição do que se fazia. Por analogia, apetece afirmar, como no caso das ordens religiosas, que dada a sua profusão, nem o Espírito Santo saberá quantas existem. Confessemos então, que aqueles que os vão fazer funcionar, as portuguesas e os portugueses, estão arredios do que se quer, ou para onde se vai. E são os políticos, habilidosamente, às vezes só com novos nomes, que pretendem fazer acreditar, que, agora, tudo vai mudar, para o crescimento integral das pessoas. Não se percebe como, pedagogicamente, não se apresenta ao nosso povo a interligação de todos os programas e projectos, para que os que vão dar a corporização à consecução de todos eles possam inteirar-se, do que realmente está
Vem isto a propósito, precisamente do QREN, e das conversas e amuos, que os presidentes de câmara tiveram porque os seus concelhos tinham menos dinheiro, e não podiam fazer “os seus chafarizes”, não tendo em consideração o nacional, nem defendendo a regionalização, mas a sua perpetuação na “cadeira”, que convém, falar um pouco, ligando à Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável, a Agenda Temática a que desta vez chamaram “Agenda para o Potencial Humano”, e que juntamente com a dos “Factores de Competitividade” e da “Valorização do Território”, prossegue o desígnio de “superação dos mais significativos constrangimentos”. Isto é, depois de mais de duas dezenas de anos a receber fundos comunitários, para a educação e formação, chegamos à conclusão de estarmos na mesma, ou pior. Confesso que não tive ainda coragem e paciência para a leitura de todo o texto, elas são precisas!, mas centrei-me na sua estratégia e conclusões, e permitam-me colocar alguns comentários. Desde logo, uma tímida, ou quase inexistente, ligação aos órgãos locais, as regiões ou mesmos os concelhos, que possuem um lugar secundário, quando só com uma comunhão de interesses, os pactos regionais, sobre esta matéria, se poderão dar passos significativos e determinantes, para um levantamento das prioridades de cada região. Aliás, nunca deixou de existir muito dinheiro para formação profissional, ao longo destes anos, mas também, gasto de forma quase anárquica. Por isso veríamos com agrado que as parcerias fossem asseguradas no âmbito local, dentro de uma globalização de solidariedade nacional. De acordo com a “Agenda”, existem dois desafios relacionados entre si: um quantitativo e outro qualitativo: é o aumento das pessoas com acesso à formação profissional (inicial e contínua) e a relevância e qualidade do investimento em formação, e para isto chama-se a iniciativa Novas Oportunidades, já existente.
Define-se a dupla certificação (escolar e profissional) como quase uma “varinha mágica” superadora das desigualdades, como, por exemplo, desde 1980, não fosse esse o passo dado por numerosas empresas. À colação a necessidade da valorização dos percursos profissionais dos indivíduos, como se não fosse isso há anos um imperativo, até na definição de trinta e cinco horas por trabalhador/ano, obrigatório. Mas não parece muito claro, como isso se vai conseguir, até tendo em consideração uma necessidade de certificação dos percursos individuais. Esta questão é imperiosa tendo em consideração os próprios operadores de formação, que no dizer de Carlos Lage (cito de cor), vivem, muitos, em favor de si próprios, e não tendo em consideração as necessidades. O que é verdade, daí os custos tremendos efectuados, sem a eficácia necessária.
O atraso cientifico e tecnológico, preocupação, e bem, deste QREN, apostado no potencial humano, já não é uma questão única de dinheiro, mas de metodologias, de aposta nas competências, traduzidas em métodos científicos de determinação das necessidades em concreto, e concertada no Desenvolvimento Sustentável, isto é, o crescimento harmonioso da economia, do ambiente e da coesão social. Sem isto, e sem organismos credíveis, com qualidade certificada na formação profissional, não parece que em 2013 estejamos muito melhores, apesar do QREN.
Joaquim Armindo
Membro da Comissão Política do PS da Maia
http://www.bemcomum.blogspot.com
Escreve esta coluna quinzenalmente.
Crónica publicada no Jornal O Primeiro de Janeiro, de 11 de Fevereiro de 2007
ÁGUA VIVA
A LUZ E A ESPERANÇA
“A Luz de Cristo brilha sobre Todos – Esperança na Renovação e Unidade da Europa”, este irá ser o tema da 3.ª Assembleia Ecuménica Europeia, que se realiza na Roménia, em Setembro do corrente ano. Constituem estas assembleias, onde as grandes igrejas cristãs se encontram, oportunidades de análise e de vivência das várias culturas dos que se confessam de Jesus. São mais um caminho do conhecimento e da oração comuns, sem contudo se sentarem à mesma mesa eucarística, o que os torna incapazes de compreenderem e aceitarem, na humildade, qual a verdadeira dimensão do serviço. Porque quando a Luz de Cristo for aceite por todos, aí não haverá necessidade de mais assembleias deste tipo, mas de um outro, que será a luta pelo Reino, isto é, pela renovação da sociedade e unidade salvífica da humanidade. E aí, as questões serão outras, colocando Cristo no centro, e não na periferia. Porque quando todos encontrarmos Jesus, não existirão mais divisões entre nós, dado que ninguém quererá ser o primeiro, mas o ultimo.
Às vezes penso que o único atropelo à mensagem do evangelho somos nós, aqueles que acreditamos, mas que nos tapamos da Luz, porque se ela nos atinge, como a Moisés, diremos que somos inúteis servos. Estas magnas reuniões só terão o devido significado, quando nela os excluídos estiverem presentes, aqueles que a sociedade rejeita puderem dizer aquilo que sofrem, porque neles está um Jesus crucificado. A grande esperança que possuo nestas reuniões é que os possuidores dos poderes, aqueles que lá vão estar, possam abrir-se à Luz do Senhor, e então encontrarão o Jesus que professam nas vielas e becos, mas também nas grandes avenidas da Europa. A renovação e unidade da Europa, passa pela da humanidade, e, principalmente, pelas atitudes que viermos a possuir sobre os poderes, sejam eles económicos, culturais, religiosos e, até, éticos. Assim esta assembleia não pode ser um acto em si, mas um caminho do agir localmente, na procura da esperança na renovação, porque a unidade será atingida quando todos estivermos ao serviço dos outros, e não num poder estigmatizado por condutas que servem o nosso bem estar, quando aqueles que não têm sequer pão, são esquecidos. Que o esplendor desta reunião, não sufoque o grito dos angustiados.
Joaquim Armindo
Mestrando
http://www.bemcomum.blogspot.com
Escreve no JANEIRO quinzenalmente.
Crónica publicada no Jornal O Primeiro de Janeiro, em 30/1/2007
MOSCADEIRO
QUE CAMINHO PARA O PS DA MAIA?
Parecia que estava tudo no melhor dos mundos no PS da Maia. Até que, agora, estalou todo o verniz. Alguns ainda pretendem camuflar a verdade e defender, porventura, privilégios adquiridos ou a adquirir. Mas isso não vai ser possível, a política é serviço e não exercício de poderes inconfessáveis. Querer agora com ataques à direita, ao poder instituído, tentar esconder o que se passa, é inconfundivelmente uma miopia política. As ideias que todos temos no PS não podem ser manipuladas, nem muito menos esmagadas. Houve e há um “chefe” que as quer amordaçar, para que os seus interesses pessoais possam ser preservados, mas só consegue que ninguém o perceba, e enquanto de corpo livre não estiver na política nada vamos conseguir. O socialismo quer conseguir uma outra humanidade, baseada em valores éticos de entrega total à verdade, e às evidências correspondentes; não poderemos nunca desviar as nossas capacidades, de, quer na oposição, quer no poder, sermos capazes de forjar uma unidade, na diversidade, sem anátemas, e percorrer um caminho salutar de luta quotidiana por ideias, que levem o nosso povo a viver melhor, a ser melhor. Se estamos desavindos nesta ocasião, como noutras, é tão só, porque ainda não nos encontrarmos com os interesses do nosso povo, não escutamos as suas preocupações e desviamo-nos de o ouvir. Que tragédia, grande, para a maioria, que diz ser “Primeiro as Pessoas”, do que ver uma oposição esfrangalhada, actuando sem moral e tendo como cenário a não existência de outro modo de se afirmarem, a não ser a invenção de um poder e oposição dentro do todo PS da Maia. Se fosse poder, e tenho-o dito, seria uma catástrofe não poder contar com uma oposição forte; mas é isso que se está a passar no PS da Maia, ao ponto de já ninguém perceber o que pensam as pessoas, porque efectivamente não existem ideias, e se as há fecham-se a sete chaves, que nem os dirigentes do PS conhecem. Querer afogar quaisquer que sejam os protagonistas, querer silenciar o que se passa, fugir à análise serena e ao planeamento progressivo é estourar definitivamente com o PS na Maia.
A compreensão de toda esta questão, que faço também minha, deve enquadrar-se na história mais recente do partido aqui na Maia, não muito por causa do meu afastamento vingativo por parte do “comandante” das listas (apesar que dentro da minha humildade, penso que não faria má figura na assembleia municipal), ou do presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova da Telha, como condição suprema para o entendimento entre as diversas formas de pensar, como se com isso se ganhassem as eleições autárquicas. A minha história está contada, só servirá como espelho do que se pode vir a passar à medida da radicalização das posições. Por isso, e porque o que se passa não se pode apagar, é necessária a justiça. Que dizer das eleições fraudulentas para a comissão política concelhia (e até sei da ignorância do actual presidente), às quais o partido ainda não respondeu, que dizer do processo difamatório que tem arredado o camarada Andrade Ferreira da liderança do grupo parlamentar (conduzido por um membro do actual secretariado), que dizer da não convocação das reuniões da comissão política, que dizer dum deputado municipal que junto ao presidente da câmara, foi pedir desculpa pelo que ia dizer à noite, que dizer da notória incapacidade dos deputados municipais com argumentação medíocre, o que já faz mandar às malvas as respostas contundentes que o líder da maioria sempre teve. E que dizer dos nossos vereadores ao aprovar medidas que poderiam ser analisadas em sede própria, e não o foram, como a macroestrutura da câmara, ou mesmo o plano de actividades e orçamento. Muitos mais factos poderiam ser relatados, e creio bem que devem ser analisados, não para crucificar ninguém, mas para esclarecimento, porque só pode existir reconciliação baseada na justiça, e, de facto, o PS da Maia não se reconciliou consigo próprio, ainda existe opressão, e como em tudo quem oprime não pode ser livre. A liberdade conquista-se, na discussão livre, de quem não tem medo de possuir “telhados de vidro”. O PS da Maia, alguns dizem que bateu no fundo, e eu afirmo que não tem é uma cultura capaz de ser útil ao povo da Maia, de participação democrática, de humildade de serviço; esta é a questão: a falta de cultura, o resto são sintomas de uma doença infantil, diagnosticada, mas não tratada. Até já se escondem realizações e não se convocam os militantes, porque o protagonismo de quem quer ir à frente é mais determinante, do que o diálogo sincero e aberto.
Num quadro destes não vale a pena estar a afirmar que os dossiês estão aí a ser preparados (por quem?), que uma “nova era” (lembram-se?) aí vem, e que esperemos (nós os protagonistas, temos de esperar pelas decisões!). É necessário e urgente tratar das feridas, colocar na discussão tudo, e dar liberdade ao partido, o que começa por convocação de eleições antecipadas para a comissão política, porque ninguém pode preparar o partido para as próximas autárquicas com a serenidade necessária com tudo isto, será fratricida. É bom recordar que o presidente da distrital assumiu posição, ao lado dos vereadores, e logo contra o secretariado e grupo parlamentar, e não serão palavras de circunstância que irão modificar nada. Eleições, e livres, sem estigmas de secções de consultório, eis a primeira medida a tomar por quem não faz da política a sua subsistência. Até lá, e assim, nada vamos conseguir.
Membro da Comissão Política do PS da Maia
http://www.bemcomum.blogspot.com
Escreve esta coluna quinzenalmente.
A edição 2007 do Campeonato Nacional de Língua Portuguesa, com início marcado para o dia 14 deste mês, traz uma novidade que pretende democratizar o acesso de todos os interessados à iniciativa: em vez de apenas um teste inicial de qualificação haverá lugar a três momentos de prestação de provas, permitindo a participação no evento aos concorrentes que falhem alguma delas. Ao mesmo tempo, será possível a participação por via electrónica, através da efectivação do registo no site oficial do evento (www.linguaportuguesa.aeiou.pt), onde no dia 17 os interessados poderão descarregar o primeiro teste e começar a pontuar. No mesmo site serão, à medida que forem decorrendo as provas, apresentadas as correcções dos testes e as pontuações dos participantes. As edições anteriores contaram com a participação de cerca de 15 mil concorrentes cada, que competiram de forma muito renhida pela vitória no concurso.
A participação de alunos e professores em nome das escolas está sujeita ao registo dos docentes no site da iniciativa. O prazo termina no próximo dia 16, já que o Especial Escolas só será divulgado no dia 22, podendo as respostas ser enviadas, pelo correio, até ao dia 7 de Março. Os testes terão por base a progressão curricular de ensinamentos de Língua Portuguesa determinados pelos programas oficiais do Ministério da Educação. A escola que inscrever maior número de participantes fica habilitada a receber um computador pessoal.
Crónica publicada no Jornal O Primeiro de Janeiro, de 28/1/2007
ÁGUA VIVA
OS SURDOS OUVEM E OS MUDOS FALAM
A semana de unidade dos cristãos (católicos, anglicanos, protestantes e evangélicos) terminou. O tema desta semana foi “Ele faz os surdos ouvirem e os mudos falarem”, muito boa afirmação no mundo de hoje, onde os cristãos, baseados em análises teológicas profundas, podem chegar à conclusão que são “surdos” e “mudos” à mensagem de Jesus. De facto, passada esta semana o que fica? O desejo de mais, mas não o de na diversidade, encontrarem a unidade de anunciarem a Boa Nova, que hoje nada mais é do que proclamar uma nova ordem internacional, baseada na Paz e na Justiça. Estamos fartos de consumirmos as nossas energias em procuráramos saber as diferenças, se uns rezam, outros oram, e o caricato se uns têm velas ou não, ou se celebram o Natal ou não. As pequenas coisas da divisão, com o escândalo de não estarmos todos sentados à mesa eucarística, não valem nada, porque aquilo que é substantivo é o bem da humanidade, pela qual Jesus morreu. Os hierarcas das várias denominações certamente se preocupam mais, se estão do lado direito ou esquerdo, do que com o Evangelho de Jesus.
O Evangelho que proclamamos, independentemente de vestir uma alva ou não, é a prática eucarística de os surdos ouvirem e os mudos falarem. Podem os teólogos discutirem muitas coisas, sobre a Virgem Maria, ou o Baptismo, por exemplo, mas isso não é o fundamental para fazerem os surdos ouvirem e os mudos falarem, e esta é que é a mensagem católica e universal, estes são os sinais a que deveremos estar atentos, e esta é a ousadia de sermos sentinelas na cidade. Os templos são necessários para reunirem a Igreja, nas suas diversidades, mas muito mais é necessária a escuta da humanidade e a nossa actuação nela, aí não haverá diferenças de actuação e talvez até vençamos as diferenças, muitas delas inventadas, e quantas para assegurar mordomias, que não, certamente, proclamarem uma Terra outra, onde o amor seja o primado. Assim, quando todas as Igrejas estiverem na verdade de Jesus, não existirão diferenças, porque o grande problema é que nenhuma delas ainda se encontrou com o Mestre. Porque querem substitui-lo! Os surdos ouvirão e os mudos falarão, na medida do nosso empenhamento
Joaquim Armindo
Mestrando
http://www.bemcomum.blogspot.com
Escreve no JANEIRO quinzenalmente
ABORTO
A Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal (IEPP), sofrendo em solidariedade com todos, principalmente todas, que estão inquietos com a questão do aborto, sente ser seu dever participar como Igreja na discussão nacional sobre este assunto e por isso propõe à opinião pública os seguintes pontos de meditação:
1. Concordamos com todos os que sublinham o carácter sagrado da vida humana. Ela é um dom de Deus e ser pai ou mãe, creia-se ou não no Deus revelado pela Bíblia e acima de tudo manifestado como o Deus de amor em Jesus Cristo, é sempre um momento sublime e de obediência à palavra "frutificai e multiplicai-vos" (Génesis 1: 28).
2. Essa cooperação com Deus dando filhos ao mundo é encorajada naturalmente pelo prazer que a relação sexual possibilita e pelo instinto natural de maternidade e paternidade, mas a relação sexual continua a ser legítima mesmo quando não há necessidade ou possibilidade de procriação.
3. Para evitar uma gravidez que por qualquer motivo ponderoso causasse infelicidade ou grande transtorno ao casal ou apenas à mãe, é correcto o recurso a meios de controle da natalidade, recomendados pela classe médica. Devem por isso os governos proporcionar aos cidadãos de ambos os sexos, desde a adolescência, informação suficiente sobre planeamento familiar e facilitar a aquisição de anticonceptivos de modo a que nenhuma mulher engravide por ignorância relativamente aos métodos existentes.
4. Sabe-se, no entanto, que não existe nenhum método anticoncepcional que seja infalível e, por isso, é inevitável que, embora em número muito mais reduzido do que acontece quando os métodos não são usados, sempre acontecerão gravidezes indesejáveis que podem impor a necessidade da sua interrupção.
5. Podem também ocorrer gravidezes resultantes de violações, não desejando as grávidas juntar à humilhação de que foram vítimas a dor de um filho concebido contra a sua vontade e neste caso também deve ser reconhecido o direito à interrupção voluntária da gravidez.
6. Mesmo em casos de gravidezes desejadas em que se venham a detectar malformações no feto, ou em que a medicina receie que a continuação da gravidez pode pôr em risco a vida da grávida, deve igualmente reconhecer-se o direito ao aborto.
7. Sabe-se que o recurso ao aborto é feito em grande dor e não se desconhece que, mesmo ainda sem consciência, o embrião é já uma expressão de vida, mas seria falta de caridade juntar à dor de ter de optar pelo aborto o fardo pesado da condenação legal e / ou moral. E seria, além disso, concorrer para a manutenção dos abortos clandestinos, que envergonham o País e levam à morte muitas mulheres todos os anos, devido à falta de preparação dos que os praticam e às condições em que o fazem.
8. Não acreditamos que a despenalização do aborto possa significar o aumento do número de abortos no País ou que concorra para a desvalorização da vida mas, pelo contrário, parece-nos claro que com essa medida são valorizados a maternidade e a paternidade responsáveis e desse modo o amor e a vida humana.
9. Por tudo isto pensamos que a Lei recentemente aprovada na Assembleia da República merece o apoio de cristãos e não cristãos, devendo todos os portugueses cooperar para minorar o sofrimento das mulheres que se debatem com o problema de gravidezes indesejáveis e para pôr fim às vergonhosas negociatas dos abortos clandestinos.
REFLEXÃO DA SEMANA !!!
Nunca um coxo treinou atletas para a maratona, nem um mudo deu aulas de dicção.
Então porque será que os Padres não prescindem de dar conselhos sobre reprodução e sexualidade !
Dá que pensar ...
Comentário:
Algumas das posições que aqui se colocam de Igrejas, como por exemplo a Igreja Lusitana (Comunhão Anglicana), são de Padres que sabem o que é a reprodução e sexualidade, são casados, e mesmo os seus pareceres são constituidos por leigos, casados, e dos dois sexos. Estamos a tentar obter a posição da Igreja Metodista.
O Partido Socialista Europeu (PSE) tornou pública esta semana uma mensagem de apoio ao SIM no Referendo do próximo dia 11 de Fevereiro sobre a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).
Numa carta assinada pelo seu Presidente, Poul Rasmussen, e pela Presidente das Mulheres Socialistas Europeias, Zita Gurmai, o PSE declara o seguinte:
"Qualquer mulher tem o direito a decidir sobre a sua saúde sexual e reprodutiva. Acima de tudo, qualquer mulher tem o direito de optar incluindo, se necessário, pela realização de um aborto seguro.
Saudamos a realização em Portugal de um Referendo sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez e apelamos à população portuguesa para que aproveite esta oportunidade para votar.
Apoiamos todas as mulheres e homens que em Portugal têm feito campanha a favor do SIM e saudamos a posição assumida pelo Partido Socialista português.
O aborto constitui acima de tudo uma questão de escolha o direito das mulheres escolherem com base em informações adequadas, na educação e no apoio médico. Não se trata, certamente, de se ser a favor do aborto. O que a população portuguesa terá de decidir é entre dar uma opção às mulheres ou continuar a criminalizar aquelas que consideram que a realização de um aborto é necessária.
Criminalizar o aborto não diminui o número de abortos realizados apenas conduz a abortos clandestinos e a abortos praticados no estrangeiro. Banir o aborto apenas conduz à ilegalidade e a graves situações de risco para as mulheres. Banir o aborto significa que os ricos continuarão a poder realizar abortos fora do país, enquanto que os pobres terão de continuar a enfrentar graves riscos com abortos clandestinos e ilegais.
Ao apoiarmos a campanha a favor do direito à escolha em Portugal expressamos as opiniões da vasta maioria de europeus que acreditam que deve ser dado esse direito às mulheres. Tal como a maioria dos Europeus, consideramos que os direitos sexuais e reprodutivos constituem escolhas pessoais, que não podem ser condicionadas por valores impostos de carácter moral ou religioso.
Portugal já beneficiou de um enorme progresso económico e social desde que aderiu à União Europeia. Apelamos a que Portugal não se isole da Europa na questão do aborto e que se junte a outros países na modernização da sua lei e na concessão de uma escolha livre às mulheres".
Camarada
Depois de tomarmos conhecimento sobre alguns comentários “postados” neste blogg, cumpre-nos informar o seguinte:
1º - O PS Maia quando emite algum tipo de opinião ou posição fá-lo oficialmente, de forma aberta e assumida, livre e democrática;
2º - O PS Maia quando emite algum tipo de opinião ou posição fá-lo pelos canais institucionais conhecidos, devidamente identificada e assinada por quem de direito.
3º - Não estando em causa o teor das opiniões manifestadas, com as quais o PS Maia poderá ou não concordar no todo ou em parte, as “postagens” catalogadas como “Posição oficiosa do PS Maia” apenas vinculam o(s) seu(s) autor(es), que, neste caso, desconhecemos por completo.
Neste quadro, a bem da verdade e da opinião livre e responsável, sugeríamos aos editores deste Blogg que, de futuro, mensagens de dúbia autoria fossem catalogadas sob reserva.
Certos do bom acolhimento que merecerá esta comunicação, que desde já agradecemos, aproveitamos para apresentar as mais veementes
Saudações Socialistas
Departamento de Administração, Finanças e Comunicação
Secretariado CPC PS Maia
Hélder Ribeiro
O aquecimento global está a tornar os furacões mais fortes, incluindo os do Oceano Atlântico como o Katrina, concluiu, pela primeira vez, o painel científico das Nações Unidas que hoje apresentou um novo relatório sobre alterações climáticas.
Durante a maratona de encontros que se sucedem em Paris para aprovar um relatório final, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas considerou que o aumento do grau de intensidade dos furacões e ciclones tropicais desde 1970 é atribuível “com mais probabilidade” ao aquecimento global induzido pelas acções humanas. De acordo com um participante, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas sublinhou que o aumento da intensidade das tempestades difere nas várias zonas do globo, mas que os temporais que atingem as Américas são influenciados pelo aquecimento global.
Em 2001, o mesmo painel disse que não havia evidências suficientes para chegar a uma conclusão, mas adiantava que o tempo mais quente iria provocar tempestades mais fortes.
O relatório apresentado hoje significa também uma demarcação clara relativamente à Organização Mundial de Meteorologia, que ajudou a fundar o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas. Em Novembro de 2006, esta organização, depois de um debate conflituoso, disse que não podia relacionar as fortes tempestades do passado ao aquecimento global.
A dúvida sobre se a intensidade dos furacões está relacionada com o aquecimento global tem dividido a comunidade científica que é muito mais consensual quanto à influência das actividades humanas no aquecimento global.
Prezadas(os) Irmãs(os),
Paz no nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ao sermos convocados para um novo referendo, a 11 de Fevereiro próximo, sobre a despenalização do aborto até às 10 semanas, a Comissão Permanente da Igreja Lusitana Católica Apostólica vem colocar à consideração dos membros da Igreja alguns pontos, possibilitando-lhes a reflexão serena e fundada na perspectiva bíblica da fé para que dessa forma exercitem a sua responsabilidade de cidadania votando no mesmo referendo.
1. Não existe uma posição oficial da Igreja Lusitana sobre o aborto, como sobre outras matérias de natureza ética. Na nossa Igreja, como em outras da influência da Reforma do século XVI, não se pratica o magistério moral a que se deva submeter a consciência dos fiéis. Antes, como Igreja da Comunhão Anglicana – com princípios assentes na Sagrada Escritura, na Tradição e na Razão – somos encorajados a exercitar a nossa responsabilidade individual perante Deus, pensando por nós próprios as grandes questões de cada tempo à luz da fé cristã, enformada pelo Evangelho de Jesus Cristo, e no diálogo com os outros membros da comunidade. Sabemos que entre nós há diferentes opiniões sobre estes assuntos, porém, manda a caridade cristã que nos aceitemos e respeitemos preservando a unidade em Cristo e vivendo a máxima que nos tem guiado: unidade na certeza, liberdade na dúvida, caridade em tudo.
2. De acordo com a lei penal em vigor no nosso País, o aborto é lícito (a) no caso de malformação do feto – podendo ser realizado nas primeiras 16 semanas de gestação; (b) no caso de perigo de morte ou de grave e irreversível lesão física ou psíquica para a mulher grávida – podendo ser efectuado nas primeiras 12 semanas de gravidez; (c) no caso de gravidez resultante de violação da mulher – devendo ser feita nas primeiras 12 semanas de gestação. O que está agora em causa e que vai ser objecto do referendo é a possibilidade da mulher grávida poder pedir o aborto até às 10 semanas, de acordo com a sua consciência, procurando-se, assim, acabar com os abortos clandestinos.
3. Para quem crê em Deus Criador – autor e fundamento de tudo – toda a vida humana, incluindo a que se desenvolve no seio materno, é dada por Deus e, em consequência, deve ser alimentada, sustentada e protegida. Assim, por princípio, o feto tem o direito de viver e desenvolver-se como parte integrante da família humana. Ainda, a convicção do acto criador de Deus leva a considerá-Lo o Senhor de toda a vida, incluindo a humana, o que rejeita a ideia do direito das mulheres sobre o seu próprio corpo, ou de que o direito a viver pertence a quem quer que seja, mesmo à mãe. Portanto, um aborto – interrupção voluntária de uma gravidez – é sempre um acto moral grave, excepcional, que exige reflexão profunda e deve ser encarado no contexto da fé alimentada pela Palavra de Deus e alicerçada na oração. Este é o princípio da opção pela vida que devemos respeitar, assumir e proclamar.
4. Mas, com Jesus aprendemos que Deus, além de criador, é também pai amoroso e misericordioso. O Salmista, recordando um momento de aflição de que se viu livre, exclama: "tu és o Deus que me ama!" (Salmo 59,18). Este é o sentimento de todos os que já viveram a presença inefável da paternidade amorosa de Deus. O Apóstolo S. João reafirma esta perspectiva da fé ao recordar-nos que "o amor vem de Deus", e continuando, "aquele que não ama, não conhece a Deus, uma vez que Deus é amor" (I Jo 4, 7-8). Ora, é sobre o fundamento desse amor a que nosso Senhor Jesus Cristo nos chamou que devemos encarar a prática dos princípios. Por isso, em vez de nos ter deixado regras morais e de comportamento, Jesus deixou-nos apenas um mandamento, novo, como lhe chamou: "amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (S. João 13, 34). Os princípios que devem orientar a nossa vida têm de ser aplicados perante as realidades em que nos inserimos, pois, se vividos cegamente, em vez de alumiarem o caminho, podem conduzir-nos à escuridão que nos faz cair no abismo da intolerância, do fundamentalismo, do fanatismo. Significa isto que a questão do aborto e outras de natureza ética devem ser analisadas tanto à luz dos princípios religiosos, como dos culturais e sociais.
5. A mulher grávida precisa de toda a compreensão e ajuda possíveis, especialmente se existem factores de risco na sua gravidez. Quando se comprova a existência de deficiências de gestação do feto, com risco de anormalidades físicas e mentais para a criança que vai nascer, quando a própria vida da mãe é posta em perigo, física ou mentalmente, pela continuidade de uma gravidez, quando se percebe a ocorrência de problemas diversos do foro pessoal para a mãe ou para o seu núcleo familiar pelo nascimento da criança, a atenção pastoral tem de emergir, refreando a natural e fácil tentação de interpretar literalmente os princípios aplicando-os com a consequente e desresponsabilizante frieza. Nessas alturas, os sentimentos e desejos da mãe – e do pai – devem ser reconhecidos e respeitados, pois, é ela que vai dar à luz e provavelmente é sobre ela que vai recair a maior responsabilidade pelo futuro da criança que vai nascer. Por isso, as Igrejas Anglicanas que se têm pronunciado sobre esta questão combinam a oposição ao aborto por princípio com o reconhecimento de que pode haver circunstâncias sob as quais o aborto é moralmente preferível a qualquer outra alternativa.
6. Ora, infelizmente no nosso país é grande a iliteracia, a ignorância sobre sexualidade, a pobreza que avilta, com enormes disparidades sociais entre as áreas do litoral e do interior. Se a Igreja se reclama do Cristo - Deus incarnado - tem de ter em conta o contexto social dos seus filhos para descobrir as formas de se mostrar com a compreensão duma verdadeira mãe. Entender toda a dimensão da problemática do aborto implica dar primazia à vida, defender o feto, mas, também, ter presente as mulheres que, ainda sujeitas à prepotência masculina, vivem subjugadas a esquemas de vida indignos, mesmo no seio de matrimónios oficialmente aceites; as mulheres que, por falta de outras saídas, se prostituem vendendo o corpo como meio de vida e, portanto, estão sujeitas à gravidez não desejada; as mulheres empregadas com contratos precários que vivem o espectro do despedimento caso engravidem; as mulheres que estão desempregadas ou que trabalhando ganham salários de miséria; as mulheres que não têm habitação condigna que lhes permita compreender e viver toda a ambiência familiar.
7. Vivemos numa sociedade que marginaliza cruelmente os excluídos. Ora, se Deus nos ama e liberta é para que possamos ser expressão do Seu amor aos excluídos que já perderam a ambiência da ternura, o cheiro da entreajuda, a alegria do acompanhamento e do cuidado familiar. Numa palavra, perderam, ou não chegaram a descobrir o sentido de Deus como Senhor da Vida. Então, devemos sentir a necessidade e assumir o compromisso de, como cristãos, ajudarmos a combater as causas sociais que objectivamente ainda levam muitas mulheres a sujeitar-se ao aborto, procurando, com os meios de cidadania ao nosso alcance, exigir a promoção da educação, do planeamento familiar, do emprego e a protecção da maternidade e da paternidade responsáveis.
8. Invocamos o Espírito Santo para que vos guie na decisão que em consciência ides tomar no dia 11 de Fevereiro. Entretanto, pedimos: que vos esforceis por exercer o vosso voto; que aceiteis os que pensam de modo diferente de vós; que o vosso voto seja precedido de reflexão e oração à luz dos conselhos de S. Paulo "... vivam no amor que é fruto dum coração sincero, duma consciência boa e duma fé sem fingimento" (I Tim. 1, 5), e de S. João "Meus filhos, não amemos com palavras e discursos, mas com acções e com verdade. (...) Se a nossa consciência nos acusa, Deus é maior que a nossa consciência e conhece tudo" (I João 3,18-20).
A COMISSÃO PERMANENTE
Centro Diocesano, V. N. Gaia,